Análise – Street Fighter 6

Uma das mais icónicas franquias da indústria dos videojogos, “Street Fighter”, está de regresso naquele que tenta ser um reavivar dos tempos de outrora após uma receção divisíva a “Street Fighter V“.

Narrativamente, este jogo passa-se após os eventos de “Street Fighter III: Third Strike”, e nele seguimos a história de 2 personagens, o nosso avatar e Bosch, que são ambos alunos de Luke numa escola de artes marciais, mas rapidamente se veem envolvidos numa série de peripécias quando Bosch misteriosamente desaparece e o nosso avatar o decide procurar, acabando por viajar pelos 4 cantos da Terra de forma a encontrar o seu amigo.

No geral o modo história é bastante divertido e a história não é má de todo, acabando por ter uma vertente semelhante aos títulos da série “Yakuza” com um mundo para explorar e encontrar vários segredos, mas perto da reta final a estrutura das missões e o próprio mundo tornam-se demasiado repetitivos ao ponto de não ter gostado muito das minhas horas finais nesta campanha.

Ao nível visual, o jogo é impressionante, muito em parte devido ao RE Engine, que mais uma vez mostra a sua qualidade, correndo o jogo a 4K nativo a 60fps perfeitos e apenas caindo momentaneamente na campanha.

A banda sonora composta por Yoshiya Terayama, Shigeyuki Kameda e Yasumasa Kitagawa decide voltar ao hip-hop característico de “Street Fighter III: Third Strike” e gostei bastante da mesma, embora não tão boa quanto a desse jogo continua a ser uma boa banda sonora que se adequa a cada personagem e localização.

Passando à parte mais importante de qualquer jogo de luta, a jogabilidade é simplesmente perfeita, provavelmente a melhor no género atualmente, misturando inúmeras mecânicas passadas como o “Parry” de “Street Fighter III: Third Strike”, os “Focus Attacks” de “Street Fighter IV” e adicionando-lhes uma nova mecânica chamada de “Drive Rush” que permite ao jogador cancelar qualquer ataque e se aproximar do inimigo de forma rápida permitindo manter a pressão a qualquer altura, sendo muito útil e complementa bastante bem com as restantes mecânicas.

Neste jogo foram também adicionadas 5 personagens completamente novas para esta franquia, Jamie, um lutador de artes marciais que se embebeda a meio das lutas para se tornar mais poderoso, Kimberly, uma jovem que utiliza uma vasta panóplia de ataques coloridos ao ritmo da música que ouve, Marisa, uma gladiadora que usa a sua força bruta para ignorar ataques inimigos, JP que é basicamente o Bison desta entrada utilizando poderes psíquicos de longo alcance e, por fim, Manon uma modelo francesa que utiliza a dança em combate para subjugar os inimigos.

No geral gostei bastante das novas personagens, sendo que cada uma traz algo de novo que as caracterizam em relação ao restante elenco, nomeadamente Marisa que apesar da robustez física se foca mais em murros e contra ataques e não agarrões como um Zangief. Sinto que os jogadores vão gostar bastante das opções oferecidas por cada personagem, especialmente sendo as mecânicas de combate tão divertidas e envolventes.

Como não podia deixar de ser, além dos combates online e locais o jogo tem imenso conteúdo single player em comparação com outros jogos na franquia, tendo o modo história uma duração de aproximadamente 20h e havendo ainda os habituais modos de Arcade e “Combo Trials”, dando para uma pessoa praticar antes de ir para o verdadeiro “sumo” do jogo que é o online.

Falando em online, a experiência online neste jogo é fenomenal, a melhor que já tive num jogo até hoje, não só não há praticamente lag nenhum, como graças à existência de “Crossplay” encontrei jogos bastante rápido, espero que mais jogos sigam as pisadas deste no que diz respeito à vertente online.

Em suma, “Street Fighter 6” é um triunfo no género e um dos melhores jogos de luta já feitos, que só peca por se arrastar na reta final da história porque o restante conteúdo é imaculado, pelo que lhe atribuo a nota de 9/10.

Street Fighter 6 no OpenCritic

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