Análise – Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon

A bruxa mais conhecida da indústria está de regresso, e desta vez, apesar de ser célebre pelos seus jogos “Hack and Slash” bastante precisos e frenéticos, aqui a Platinum Games dá-nos algo mais suave e relaxante, num jogo que se insere no género Metroidvania.

Este jogo conta a história de Bayonetta, ou mais corretamente de Cereza, que ainda na sua infância é afastada da sua mãe, Rosa, presa por ter tido uma relação com um “Lumen Sage”, Cereza é então acolhida por Morgana, uma “Umbra Witch” exilada que vive perto de uma misteriosa floresta.
Cereza, um dia, tem um misterioso sonho em que um rapaz lhe diz para ir à floresta, porque lá irá encontrar o poder necessário para resgatar a sua mãe, e é nesta floresta que o jogo se passa.

Como um todo esta narrativa é bastante competente, especialmente para os padrões habituais da franquia, ao longo da trama vemos uma progressão notória na personalidade de Cereza e o aprofundar da sua relação com o demónio que invoca, Cheshire, o que faz a conclusão mais satisfatória do que esperava, não é nada do outro mundo mas ainda assim um bom trabalho narrativo.

Visualmente o jogo emprega um estilo “cel-shaded” semelhante a um conto de fadas infantil, o que resulta bastante bem dada a narrativa do jogo e dá um certo charme ao seu aspeto, infelizmente há zonas que podem cansar um pouco a vista dada a ausência de “anti-aliasing” e o quão desfocada a imagem pode ser por vezes, ainda assim bastante sólido.
Denoto também umas breves quebras de fluidez mas dada a natureza do jogo não incomodam muito.

A banda sonora, composta por Aoba Nakanishi, Hitomi Kurosawa, Masahiro Miyauchi e Rina Yugi, é tal como os visuais altamente inspirada em contos de fadas populares, fazendo-me lembrar a banda sonora de jogos como “Unfinished Swan”, dando um toque único a muitas das músicas conhecidas da franquia.

Ao nível da jogabilidade, este jogo concede-nos controlo simultâneo de Cereza e Cheshire, o que significa que teremos de aplicar cooperação constante para progredir na narrativa e descobrir os inúmeros segredos espalhados pelo mapa.

Apesar de ser um Metroidvania bastante competente e divertido de se explorar com as diferentes habilidades que vamos obtendo ao longo do jogo… o mapa é simplesmente atroz, possivelmente o pior mapa que já vi num videojogo, não nos dá uma noção de onde estamos em relação aos colecionáveis e acima de tudo, se estivermos num local com diversos andares o mapa não nos informa se estamos no andar certo ou errado, o que pode levar a uma autêntica caça aos gambuzinos que rapidamente se torna frustrante de tão mau que é.

Já o combate, por outro lado, é surpreendentemente satisfatório, pois apesar de usar um só botão para atacar, Cheshire dispõe de um vasto arsenal de ataques divididos por 4 habilidades elementais, que conferem maior versatilidade a Cheshire e nos ajudam a explorar zonas previamente inalcançáveis.

Além de colecionáveis, pelo mapa estão também espalhados diferentes desafios à boa tradição da franquia, aqui mais focados em plataformas e a nossa destreza, mas também muito focados em combate.
Embora sejam algo repetitivos perto do fim foi agradável a variedade inicial de desafios.

Ao acabar a história desbloqueamos também uma pequena história protagonizada por Jeanne que explora alguns aspetos de “Bayonetta 3” e o que decorreu nesse jogo.

Em suma, “Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon” é um bom Metroidvania com uma história e combate agradáveis, infelizmente arrastados por um horrendo mapa que afeta imenso a experiência geral, pelo que lhe atribuo a nota de 7.5/10.

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon no OpenCritic

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