Análise – Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles (PS5)

Desde 2016, “Kimetsu no Yaiba” é um autêntico fenómeno no Japão, batendo todos os recordes possíveis de vendas tanto no seu manga como no cinema com o lançamento do mais recente filme, pelo que seria óbvia uma eventual transição ao mundo dos videojogos, que nos chega agora pelas mãos da CyberConnect2, conhecidos produtores da série “Storm” de Naruto.

Este jogo engloba os eventos da série, começando na primeira temporada do anime até ao fim do filme “Kimetsu no Yaiba: Mugen Train”, centrando-se na jornada de Tanjiro para restaurar a humanidade da sua irmã, que infelizmente num dia fatídico foi transformada num demónio.
A adaptação dos eventos está muito boa, como já a CyberConnect2 nos habituou no passado, preenchendo as lacunas que as cinemáticas não cobrem com “Memory Fragments” que podemos encontrar pelo mundo.

Visualmente é simplesmente estonteante, por vezes dei comigo a pensar que estava a olhar para o anime à medida que os eventos do jogo se desenrolavam, no entanto peca no que à framerate diz respeito pois, no momento em que escrevo esta análise, o jogo tem limite de 30fps, estando prometida uma atualização futura com um modo performance a atingir os 60fps.

Outro grande trunfo do jogo é a sua banda sonora, sendo uma recriação perfeita da presente no anime, algo que não é habitual de todo no género dos “Anime Games”. Cada cena é elevada a um nível de fidelidade sensacional quando se aliam os visuais à fantástica banda sonora que os fãs já conhecem.

Ao nível da gameplay, quem conhece os jogos desta produtora pode esperar mais do mesmo neste novo jogo, no entanto certos aspetos estão mais trabalhados que no passado como os “cancels” de combos e um sistema de combos à base de um temporizador que quando chega ao fim faz com que o nosso inimigo saia do combo automaticamente, pelo que temos de tentar maximizar o dano nesse pequeno espaço de tempo, sendo uma mecânica bastante satisfatória à medida que dominamos os básicos.

Os combates são autênticos festivais de partículas, algo que é incrível de se ver, mas em combates muito frenéticos pode causar uma baixa visibilidade das “assists” do inimigo. O grande destaque dos combates são os inúmeros bosses que encontramos ao longo do jogo, embora não sendo muito desafiantes até à parte final compensam isso com um leque de habilidades variado e os já habituais “Quick Time Events” dos jogos desta produtora, sendo não só um deleite visual incrível como também uma simples forma de envolver mais o jogador nestes momentos chave, que os fãs irão adorar.

É nesses combates derradeiros que o modo história se foca, porém ainda temos uma vertente de exploração mesmo muito rudimentar, estando todos os colecionáveis e conteúdos opcionais no mapa para uma fácil recolha, francamente nada de incrível mas são uma desculpa para visitar mais em detalhe os cenários do anime.

Infelizmente, onde o jogo mais peca é na longevidade e conteúdo como um todo, o modo história só dura entre 7 a 8 horas e depois assim que o terminamos, o único conteúdo extra é o modo online (que acrescentando tem um “netcode” algo pobre) e um modo treino com desafios bastante simples, não é de todo um jogo longo e sofre bastante com isso, especialmente quando o seu elenco de personagens é tão pouco variado, tendo 3 Tanjiros distintos num total de 18, por exemplo e mesmo nessas 18 só 12 são mesmo únicas.

Como um todo, “Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba – The Hinokami Chronicles” é uma experiência que irá trazer muitas alegrias aos fãs, mas a sua longevidade tão curta e a quantidade de personagens tornam-no difícil de recomendar ao preço atual por muito que o que aqui esteja a nível de jogabilidade seja bastante sólido, pelo que irei atribuir a nota de 6.5/10.

Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles no OpenCritic


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