Análise – Ghost of Tsushima: Director’s Cut (PS5)

Após um considerável sucesso, tanto comercial como crítico, a Sucker Punch regressa ao universo de “Ghost of Tsushima” com uma versão nativa para a nova consola da Sony, e uma expansão apelidada de “A ilha de Iki”, da qual esta análise irá falar.

Este conteúdo adicional começa com Jin a travar um bando de mongóis pertencentes a uma tribo distinta da que assolou Tsushima ao comando de Khotun Khan, sendo estes mongóis liderados por uma mongol com a alcunha de “Águia”, que atormenta a ilha titular não só com o seu exército, mas também com venenos com propriedades alucinogénicas elevadas.

Os acontecimentos que decorrem em Iki passam-se após a narrativa do jogo base, no entanto quem quiser desfrutar desta experiência independentemente disso pode começar a partir do início do segundo ato de “Ghost of Tsushima”, uma escolha que considero algo bizarra tendo em conta as inúmeras referências aos eventos decorridos no jogo original.

Como um todo a narrativa da expansão é sólida, nada de incrível mas tal como o jogo principal fica bastante satisfatória na reta final e faz um bom trabalho a fechar um capitulo na vida de Jin e a torná-lo uma personagem mais humana e vulnerável, embora acabe por ser algo curta (cerca de 6h, 12h para o 100%, na minha experiência).

Iki, tal como Tsushima, é absolutamente estonteante ao nível da direção artística, muitas foram as fotos que tirei ao longo de toda a expansão e é um mundo que visualmente nunca me cansei de explorar, além disso está recheado de missões secundárias e atividades por fazer, nenhuma delas fantástica, mas tornam este mundo mais rico em conteúdo. Destas atividades destaco os novos santuários a animais, fazendo lembrar os altares a raposas em Tsushima, e os habituais desafios de cortar bambu, que continuam bastante satisfatórios.

As novas missões secundárias são boas, não destoando muito das encontradas em Tsushima mas ainda assim gostei de praticamente todas, especialmente os contos míticos que já no original tinham sido as minhas missões secundárias favoritas.

Além disso saliento também as inúmeras referências ao jogo original por toda a ilha, é quase impossível ver todas porque não aparecem no mapa, mas gostei bastante do que fizeram com as mesmas, adicionando a isso há também inúmeras referências a outras propriedades Playstation e da Sucker Punch que irão deliciar os fãs de longa data, um exemplo foi um mural com pinturas inspiradas no trio dos jogos “Sly Cooper” numa cascata que encontrei por acaso ao explorar o mapa.

Na ilha de Iki existem 3 novos tipos de inimigo que se opõem a Jin ao longo da expansão, e no geral foi satisfatório enfrentá-los, os Xamãs tornam os inimigos em volta mais fortes e resistentes, outros trocam de arma à medida que lutam necessitando de uma estratégia adicional e por fim uns brutamontes que empunham um bastão pontiagudo bastante difícil de esquivar, pessoalmente estes últimos foram os que menos gostei por serem tão básicos ao nível de arsenal. Foi também adicionada uma habilidade adicional ao nosso cavalo que lhe concede uma investida que faz imenso dano, permitindo-o ser uma viável forma de eliminar inimigos

De resto, toda a jogabilidade é mais do mesmo, mas sendo uma expansão não esperava muito nesse departamento, espero que a Sucker Punch tente mais coisas novas na verdadeira sequela, no entanto os novos duelos mais variados e desafiantes são um passo na direção certa.

Ao longo do ano que passou entre o jogo original e esta expansão foram adicionadas imensas coisas ao jogo, desde do espetacular modo online “Ghost of Tsushima: Legends” a melhorias à qualidade de vida do jogo, culminando agora numa versão PS5 nativa, assim como uma atualização que introduz “Lock-On”, algo bastante requisitado.

Uma das grandes adições da nova versão PS5 do jogo é o suporte das funcionalidades do Dualsense e o resultado é simplesmente incrível, desde das músicas tocadas na flauta de Jin ao impacto entre espadas, as sensações dadas pelo “Haptic Feedback” são fantásticas ao nível da imersão e concedem uma camada adicional de divertimento a todo este mundo, além disso a implementação dos gatilhos adaptativos é bastante boa, especialmente quando Jin usa o “Grappling Hook” para não só se baloiçar como puxar estruturas, e o arco naquela que até agora é a melhor implementação dos gatilhos neste tipo de arma, sentindo-se uma tensão crescente e até mesmo um romper da corda se mantivermos premido o botão demasiado tempo sem disparar, é algo que é difícil de explicar mas recomendo a todos experimentar.

Realço também os impressionantes “loadings”, já eram rápidos na PS4, mas agora as viagens rápidas são não só rápidas como praticamente instantâneas, contabilizei consistentemente tempos a rondar um mero segundo, exceto quando o jogo ia para um sítio que precisaria de carregar uma cena cinemática demorando ligeiramente mais.

No geral a versão PS5 não é algo imperdível, pouco mudando ao nível visual a não ser uma opção entre “Maior Resolução” (4K/60fps) e “Maior Framerate” (1800p/60fps), mas ainda assim quem decidir pagar esses 10 euros adicionais fica bem servido pois o Dualsense impulsiona a experiência ao nível da imersão.

Outro grande realce de “Ghost of Tsushima” foi a sua impressionante banda sonora, nesta expansão não só a banda sonora, composta por Chad Cannon e Bill Hemstapat, continua incrível como corrigiram um pouco a frequência com que toca no mundo aberto, uma das minhas grandes críticas ao jogo original, tornando cada cena muito mais interessante ao nível audiovisual do que já era com a beleza inerente dos seus visuais, podendo ser escutada através deste link.

Concluindo, esta expansão embora não revolucionando nada concretamente é uma excelente experiência para os fãs do jogo original, seja na PS4 ou na PS5 recomendaria a todos os que tenham gostado de “Ghost of Tsushima”, pelo que irei atribuir a nota de 8/10.


Ghost of Tsushima Director’s Cut no OpenCritic

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