Análise – Hellboy Web of Wyrd

Desenvolvido pelo pequeno estúdio Upstream Arcade, chega-nos “Hellboy Web of Wyrd” que procura ser uma experiência de ação digna do legado da personagem e das expetativas dos fãs.

Este jogo começa com Hellboy a entrar numa dimensão paralela designada de Wyrd, que consiste num local onde vários contos tradicionais ganham vida e se começam a entrelaçar com aspetos do mundo real.
Este jogo marca também a última performance de Lance Reddick, no papel da personagem titular, fazendo um ótimo trabalho, tanto nas cinemáticas como nas falas de combate e exploração.

À medida que progredimos no jogo, Hellboy vai deparar-se com alguns locais e inimigos novos, ganhando ele também acesso a novas habilidades permanentes que aliadas às coisas que encontramos em cada excursão na Wyrd nos permitem tornar mais poderosos e avançar a narrativa, pois este é um jogo no estilo “roguelike”, o que quer dizer que ao fim de cada morte temos de recomeçar a nossa jornada, pelo que estas melhorias permanentes se tornam bastante úteis.
No geral gostei da estrutura do jogo e da sua narrativa, não é nada incrível, mas é satisfatório e faz jus à personagem, tendo também apreciado a presença de um “Hub” central onde podemos ler ficheiros, falar com alguns NPC e comprar as já mencionadas melhorias permanentes.

Ao nível visual, o jogo utiliza um estilo “Cel-Shading” bastante simples e algo pobre em detalhes, mas que não desgostei de todo, pois em momentos faz lembrar mesmo uma banda desenhada. No entanto isto é um pouco arruinado pelos inúmeros bugs visuais, desde sombras que não renderizam, a chão não existente que nos faz ver o vazio em certos locais, e uma vez até apanhei um problema que fez com que todo o meu ecrã à exceção do HUD ficasse completamente preto e mesmo saindo para os menus o problema manteve-se, sendo frustrante porque acabei por perder algum progresso.

A performance como um todo é decente, correndo a 60fps a maioria do tempo, mas algumas zonas tardias arrastam-se bastante, não tendo de todo a fluidez do restante jogo.

A banda sonora, composta pelos Cedar Studios, é competente, adequando-se a cada zona, mas quanto mais progredia mais notava a repetição de certas músicas ao ponto que ficava um pouco irritante.

Quanto à jogabilidade, é sem dúvida a minha parte favorita do jogo, assemelhando-se a jogos como “Punch-Out”, pelo que temos de nos esquivar em diversas direções para evitar os ataques inimigos e aliado a essa mecânica temos também um “parry”, extremamente satisfatório de se utilizar e bastante útil pois enche mais rapidamente a nossa barra de “Payback”, que quando preenchida nos dá acesso a um ataque devastador que arrasa tanto os meros inimigos comuns como os bosses, gostei bastante desta mecânica.

Em termos de armas Hellboy vai ganhando progressivamente acesso a mais opções, começando com uma pistola e acabando com um lança-granadas que aliado com uma faca que também desbloqueamos ao longo da aventura torna-se uma opção devastadora que trivializa muito do que o jogo nos coloca à frente para enfrentar.

Os bosses são satisfatórios de se derrotar, mas também demonstram um dos maiores problemas do combate, a mecânica de esquiva nem sempre funciona, pelo que algumas vezes levamos dano considerável porque mandamos Hellboy se desviar para trás e por alguma razão desvia-se para a esquerda.

A estrutura do jogo expande-se por 4 niveis distintos, cada um deles com 1 a 2 camadas adicionais que vão desbloqueando com a progressão narrativa. Isto acaba por se tornar bastante monótono e repetitivo pois chega um ponto que para passar o jogo os temos de passar umas 3 a 4 vezes, ainda assim o combate torna isto mais suportável e divertido.

Como um todo, “Hellboy Web of Wyrd” tem bastantes problemas, mas estaria a mentir se dissesse que não foi dos jogos mais divertidos que joguei este ano, pois apesar dos bugs e da esquiva frustrante, a jogabilidade aqui presente torna-o muito interessante, em especial para fãs da personagem, tendo isto e o preço reduzido a que saiu em conta atribuo-lhe a nota de 6.5/10.

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