Análise – Super Mario Bros. Wonder

Cerca de uma década após o lançamento de “New Super Mario Bros. U”, a Nintendo regressa ao estilo 2D dentro da franquia desta vez com “Super Mario Bros. Wonder” que procura revitalizar um estilo de Mario que já viu melhores dias e ficou pautado com vários jogos demasiado semelhantes sem grandes inovações.

A nova aventura do canalizador começa com Bowser a apoderar-se de uma flor capaz de alterar a realidade em seu redor, sendo então usada para Bowser se fundir com o castelo do Reino Flor, onde Mario e os seus amigos estavam a visitar o Príncipe Florian, que rapidamente se junta a Mario e ambos exploram o reino de uma ponta à outra a reunir Sementes Magnas suficientes para defrontar Bowser e dissipar os seus novos poderes.

Ao nível visual o jogo é simplesmente fenomenal, não só a direção artística é de topo como a própria resolução parece mais elevada que muitos dos jogos recentes na Switch, e o jogo raramente se afasta dos 60fps, salvo raras exceções no mapa mundo, pelo que é um deleite de se jogar do início ao fim.
A banda sonora, como se seria de esperar é também bastante boa, contando com a participação do lendário Koji Kondo que mesmo após tantos anos continua a estar envolvido nos maiores jogos da Nintendo.

Em termos de jogabilidade, o jogo introduz as novas Flores Fenomenais, que alteram o cenário em nosso redor e nos introduzem com várias coisas diferentes em cada nível, desde secções desafiantes a espetáculos musicais, sendo extremamente divertido fazer todas estas secções, e gostei bastante da variedade das mesmas, especialmente estando elas em todos os níveis do jogo, o que me surpreendeu pela positiva pois esperava que apenas estivessem num ou dois níveis em cada mundo.

Ao nível dos controlos, nesta franquia são raras as vezes que as físicas e o controlo da personagem é um problema e felizmente aqui esta excelência mantém-se, embora tenha de ressalvar que senti uma ligeira imprecisão em certas sequências onde Mario parecia estar numa superfície escorregadia mesmo estando num pedaço de madeira, por exemplo, mas tirando isso não há muito que dizer, apenas que é mais uma boa entrada na série ao nível dos controlos.

Por outro lado, os bosses, embora nunca tenham sido incríveis neste tipo de jogos sinto que são uma desilusão, em especial porque o último boss é incrível, utilizando na perfeição o que aprendemos no jogo, todos os outros são bastante paupérrimos e genéricos, no entanto, sinto que podiam ter feito muito mais com a nova mecânica de alteração da realidade para tornar estas lutas mais interessantes nem que seja ao nível visual.

Além das Flores Fenomenais, foi também adicionada a possibilidade de Mario equipar um crachá com habilidades passivas que vão desde corrida mais rápida a um “Grappling Hook”, uma ideia bastante boa mas que sinto que ficou aquém do seu potencial, pois apenas podemos equipar um de cada vez, algo um pouco restritivo numa franquia tão louvada pela criatividade e engenho dos jogadores, sinto que podiam ter dado ao jogador mais uma ou duas ranhuras como forma de progressão ao longo da campanha para tornar este sistema mais cativante e satisfatório, ainda assim um passo na direção certa que espero que volte em breve num futuro jogo.
Foram também adicionados novos poderes ao “arsenal” de Mario, a forma Elefante que nos permite quebrar blocos e derrotar inimigos com a tromba, uma forma bolha que nos permite criar plataformas o que se torna bastante divertido nas mãos dos jogadores mais habilidosos e por fim uma forma de broca que permite escavar buracos no chão e nas paredes para alcançar novas zonas, todas elas boas e divertidas adições, embora ache que a mais útil é mesmo o elefante, todas as outras não têm tanta versatilidade.

Outra componente bastante interessante é o online neste jogo, que funciona de uma forma estranhamente parecida com “Death Stranding”, utilizando um sistema de gostos e sinais deixados por outros jogadores que nos ajudam ao longo dos níveis, podendo ressuscitar o nosso fantasma quando morremos, além disso podemos jogar em simultâneo com outros 3 jogadores e entreajudar-nos a descobrir inúmeros segredos ou até mesmo progredir pelos diferentes níveis, algo que gostei muito, criou uma sensação de comunidade que poucos jogos conseguem fazer.

Em suma, “Super Mario Bros. Wonder” é um excelente jogo e um passo na direção certa para uma franquia que em 2D já começava a estagnar, introduzindo diversos elementos que embora ainda tenham alguns problemas são algo que espero ver no futuro mais uma vez, pelo que atribuo a este jogo um 8.5/10.

Super Mario Bros. Wonder no OpenCritic

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