Mario Party Superstars – Análise

Quando chega a época de Natal (e Ano Novo) e a família se reúne, há sempre dois jogos em minha casa que saltam logo da prateleira para a consola, com quatro comandos preparados no sofá para horas de competição: Mario Kart e Mario Party. Garantido, esses jogos são capazes de ser mais jogados nessa época que no resto do ano inteiro, especialmente nesta era atormentada por uma epidemia, mas é em “parties” que os “Party Games” encantam. E para mim, sem surpresas, Mario Party é a “blueprint” do género e a Nintendo é o Rei dos jogos em família.

Mario Party Superstars serve como uma celebração dos Mario Party, contendo 5 mapas refeitos da trilogia original para a Nintendo 64 e uma coletânea de 100 mini-jogos com aparições nas mais de 10 entradas na série. Superstars está disponível exclusivamente para a Nintendo Switch por 59.99€.

Logo no início do jogo devem escolher de que forma vão jogar o jogo: offline (apenas uma consola), jogo local (entre várias consolas) e online. Podem escolher jogar uma partida normal, definir as opções da partida (duração, tipo de mini-jogos, ajuda, etc) e escolher a vossa personagem. Este modo deixa-vos escolher um tabuleiro, onde o objectivo é ter o maior número de estrelas (e moedas) ao fim de um determinado número de turnos, no fim de cada turno os jogadores batalham entre si (ou em equipas) para ganhar moedas, essenciais para comprar as estrelas que encontram em casas específicas do tabuleiro. Variedade é “o nome do jogo” com o Mario Party, cada tabuleiro difere entre si com mecânicas e eventos diferentes que afetam o jogo (e esses tabuleiros estão classificados em termos de dificuldade, do mais fácil ao mais difícil), por exemplo, no Bolo de Aniversário da Peach, podem plantar morangos que irão crescer para se tornarem Piranha Plants que cobram moedas aos jogadores que caírem na sua casa, lembrando as casas do Monopólio. Já na Ilha Tropical do Yoshi, que está dividida em duas metades, a estrela salta constantemente entre cada lado do tabuleiro, forçando os jogadores a persegui-la e a pagar “portagens” cada vez mais caras aos Thwomps que guardam as pontes.

Como em muitos destes jogos parte da piada e diversão acaba por estar na rivalidade que vão criando com os vossos amigos ao longo do jogo, sempre a tentar estar um passo mais à frente de todos e quando parece que estão tão perto de ganhar, alguém tem um item ou a sorte de vos pregar uma “rasteira” e tomar liderança do jogo. E mesmo que acabem o jogo à frente, as estrelas bónus do pós-jogo (que ganham por terem o maior número de moedas ou ganharem o maior número de mini-jogos) podem revelar um vencedor surpresa. Soltámos várias gargalhadas quando um de nós estava a liderar o jogo até que o desafiei para um duelo e apostei todas as minhas moedas no jogo, ganhei com alguma sorte e acabei por deixá-lo com zero moedas enquanto eu já chegava às 150.

Os mini-jogos conseguem ser incrivelmente caóticos e hilariantes. Um dos meus favoritos é o Bumper Balls onde os quatro jogadores estão em cima de bolas e têm de lançar-se contra os outros para fora do campo. Esse mini-jogo consegue ser tão agitado que estarão os quatro jogadores a gritar ao ecrã como se os ajudasse a não cair pelo campo abaixo. Outro bom exemplo é o Boulder Ball onde três jogadores têm de atingir o topo de uma colina enquanto o outro está a atirar-lhes rochas. O jogador isolado por vezes entra em pânico porque os seus três oponentes estão a dois passos de atingir o topo e ele tem de arremessar a rocha com precisão o suficiente para atingir os três num só como se estivesse a jogar bowling. Como estes dois exemplos que dei, há 98 mais jogos que vão fazer a família e amigos saltar do sofá em celebração ou frustração. Adiciono também que, ao contrário do Super Mario Party, o jogo não está limitado apenas a joy-cons, e como não há necessidade para motion controls, podem usar os comandos que quiserem.

Contudo, como nos seus antecessores, podem saltar completamente a parte do tabuleiro e apenas jogar os mini-jogos à vossa escolha. Não foi algo que fiz muito porque acho que a parte do tabuleiro adiciona mais diversão ao jogo.

O Mario Party Superstars conta também com o aspeto característico da Nintendo, com cores vibrantes, animações energéticas e uma atmosfera jovial. Não tive quaisquer problemas no que toca à performance, mas nota-se a falta de anti-aliasing (e talvez tenha uma resolução inferior a 1080p, não consegui confirmar) pela bordas pixelizadas dos modelos 3D.

Por fim, deixo uma menção à falta de opções de acessibilidade para um título que deve ser pensado para todos os jogadores. E o jogo está em Português do Brasil, é uma pena não ser Português de Portugal, mas não deixa de ser um ponto positivo para quem tem dificuldades com línguas estrangeiras.

Concluindo, Mario Party Superstars é o jogo perfeito para juntarem a família e amigos no Natal, há conteúdo o suficiente para se divertirem durante horas e horas, ainda que espero que adicionem mais tabuleiros e mini-jogos em futuros DLCs. Se costumam ter amigos por casa que gostam de jogar, penso que os 59.99€ vos vão valer a pena. Tendo em conta a minha experiência (que foi maioritariamente a jogar com a família), diverti-me imenso, para o género, acho que a nota de 8 em 10 é justa.

Mario Party Superstars no OpenCritic


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