Análise – Ghostrunner II (PS5)

3 anos após o lançamento de “Ghostrunner”, a One More Level regressa com uma sequela direta que procura trazer novas habilidades e inimigos ainda mais mortíferos que o anterior numa frenética e divertida aventura neste mundo distópico.

Ghostrunner II” está disponível para PlayStation 5, Xbox Series e PC a partir de 26 de outubro, deixamos um agradecimento à 505 Games por ter fornecido um código para análise do jogo.

Narrativamente, este jogo passa-se cerca de um ano após os acontecimentos do anterior, numa altura em que Jack, o protagonista, e a resistência lidam com as consequências do desaparecimento de “The Architect”, rapidamente se deparando com uma misteriosa fação inimiga chamada “Asura”, que se prova um desafio à altura de Jack e as suas imensas habilidades.

Ao nível visual, este jogo tal como o seu antecessor é muito bom, sendo os cenários muito agradáveis de se explorar durante os momentos pausados entre batalhas, e também é dada a opção de 3 modos distintos para o jogador: Modo Qualidade (Resolução próxima de 4K, mas correndo a 30fps), Modo Performance (Resolução um pouco mais baixa, mas correndo a 60fps) e um Modo de Alta Performance que corre a 1080p e 120fps.

Pessoalmente joguei no modo Performance e tirando uma sequência recheada de inimigos que tornou o ecrã num autêntico “slideshow” cheio de quebras de fluidez todo o restante jogo se aguenta a 60fps praticamente toda a longevidade da experiência.

A banda sonora é também ainda melhor que a do primeiro, ajudando bastante certas lutas de maior escala parecerem dignas de um filme épico, sendo às vezes pautada com coros que se misturam muito bem com os sons mais “techno” desta duologia de jogos.

Falando no grande foco desta experiência, a jogabilidade, embora se mantenha próxima do que foi feito no primeiro jogo as novas adições radicalizam por completo o combate para melhor, fazendo lembrar o salto dado entre “Doom” de 2016 e a sua sequela “Doom Eternal”, tornando a jogabilidade ainda mais acelerada e satisfatória.

Para começar foi redobrado o foco na mecânica de “parry” e atribuído um botão próprio dedicado a isso, sendo que se for executado na perfeição no momento que o inimigo nos vai atingir matamos o inimigo automaticamente ou no caso dos bosses reduzimos significativamente a sua barra de saúde, sendo espetacular o que conseguimos fazer ao dominar esta técnica, embora claro, falhá-la implica uma morte pois continuamos a morrer num só golpe como no primeiro jogo.

Mas a minha adição favorita é o Shuriken, que não só permite a Jack alcançar inimigos distantes como à medida que progredimos pode atordoar os inimigos mais fortes permitindo teleportar-se para a sua localização e os matar de imediato, sendo extremamente útil e apesar de desbloquearmos mais 2 habilidades adiante raramente as usei dada a versatilidade dos Shurikens.

No entanto de forma a equilibrar estas poderosas ferramentas foi adicionada uma barra de Stamina que impede que façamos muitos desvios e bloqueios seguidos, sendo recomendado que o jogador aprenda a geri-la cedo pois à medida que progredimos certos inimigos são impiedosos à mínima pausa.

Falando em inimigos, neste jogo são introduzidos vários e alguns são genuinamente desafiantes, há um em especial que mesmo passando o jogo ainda não percebi bem como o matar, pois não dá para deslizar por baixo ou saltar por cima das suas investidas, tendo sempre dependido da sorte para o matar.

Além disso este jogo tem mais lutas com bosses que o primeiro e todas elas demonstram o quão satisfatório é o novo “parry”, sendo muito divertido ver o potencial que a jogabilidade tem nas mãos certas.
Ao contrário do jogo anterior, neste o minimapa assinala logo a partir do início a localização dos colecionáveis sendo muito fácil perceber se nos falta algum num dado nível, algo que apreciei bastante.

Foi também adicionada a esta aventura uma vertente em que pilotamos uma mota em vários dos níveis, e embora seja divertido ocasionalmente devo admitir que foram de longe os níveis que menos gostei no jogo inteiro, a mota ironicamente acaba por arrastar o ritmo do jogo em certos pontos pois os seus níveis implicam maiores travessias e acaba por ser um pouco maçador ter de andar até ao próximo encontro de combate a quase 1km de distância.

Tal como o primeiro jogo, este tem um foco nas plataformas e apesar de algumas melhorias e novas ferramentas de travessia que a tornam mais divertida, sinto que continua um pouco imprecisa mas aprecio as melhorias e novos puzzles que envolvem a travessia pelos níveis, tornaram o jogo mais dinâmico.

Denoto também que encontrei alguns bugs na minha experiência, desde Jack ficar preso numa parede ou no próprio chão, a não conseguir mexer nos menus de todo, felizmente todos se corrigiram ao reiniciar o jogo, mas espero que até ao lançamento tenham sido corrigidos pois alguns podem ser um pouco frustrantes num jogo que reinicia os níveis por completo ao sair para o menu.

Tal como é costume nesta geração de consolas, o jogo utiliza as funcionalidades do Dualsense e gostei bastante do efeito háptico que nos ajuda em combate por vezes ao nos informar quando acertámos num inimigo ou quando falhámos por completo o nosso ataque, algo útil num jogo tão rápido.

Os gatilhos adaptativos são também usados, dando algum peso a cada ataque com a nossa catana ou com os Shuriken, por exemplo.

Em suma, “Ghostrunner II” é um excelente jogo e extremamente divertido, tendo melhorado em quase todos os problemas do primeiro, mas ainda assim se sente que há potencial para ainda mais e as novas sequências com a mota não foram concretizadas na totalidade numa forma satisfatória, pelo que atribuo a nota de 8.5/10 ao jogo.

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