Fae Farm: Talvez “cozy” demais – Impressões

Stardew Valley, Story of Seasons, Harvest Moon, My Time at Portia, Rune Factory, etc, etc, etc. Lembro-me de há uns meses termos tido uma torrente de “farming games” anunciados numa Direct da Nintendo e ter sido um ponto de discussão na comunidade pelo simples número de jogos dentro do género que estão em desenvolvimento.

Fae Farm é mais um lançamento dentro desta categoria de jogos, populares por serem experiências leves e tranquilas (“Cozy games” é um termo que já vi várias vezes) que se podem estender durante um longo período de tempo. Eu não sou o maior fã do género – consigo divertir-me durante algum tempo, mas passadas algumas horas o aborrecimento assenta-se e não volto a pegar no jogo durante meses. Gostei do Stardew Valley e passei lá um bom tempo, ao ponto que, quando comecei o Fae Farm, a maior questão na minha cabeça era: “O que é que este jogo oferece, que a concorrência não tenha?”. Não sei, do que joguei de Fae Farm, não encontrei nada que o favorecesse em comparação ao Stardew Valley. Claro, isto não faz com que o anterior seja completamente irrelevante: é divertido na mesma, e se gostam muito de fadas, podem enamorar-se com Fae Farm.

O título é competente naquilo que faz. Visualmente, apesar de não tirar o fôlego a ninguém, é variado nos biomas e ambientes da ilha que exploram, é um jogo fácil de ler e apesar das personagens em si serem um pouco desinteressantes – visualmente e narrativamente – os locais vendem-nos bem a sensação de mundo mágico à parte do mundo real. Podia correr melhor na Nintendo Switch em termos de performance, mas não estraga nada.

Se já têm experiência em jogos de farming, podem esperar o mesmo de Fae Farm: são uma pessoa estrangeira que foi parar a uma ilha e acabou por ganhar uma pequena fazenda que devem reconstruir do zero. Plantam, exploram, falam com os vossos vizinhos e podem ganhar dinheiro a vender produtos ou a fazer quests. Há toda uma linha de missões principais a seguir, com um enredo simples e pouco interessante a meu ver, mas que ajuda à sensação de progresso, nos guia e nos dá um objetivo final (se acharem que isso é necessário). A maior parte das missões são coisas simples: “Constrói uma determinada ferramenta”, “Chega ao fundo da mina” ou “Cozinha este prato específico”, e acho que é aqui que o jogo me perde um bocado. Apesar do grind nem ser particularmente pesado, eu acabo por me aborrecer e não encontrar aqui nada de particularmente interessante. Tudo é extremamente simples, desde o combate com monstros, à construção, à narrativa. Admito que é um problema meu, todavia sinto que o Stardew Valley tinha mais charme que isto, e talvez por isso me tenha mantido dedicado durante mais tempo e tenha saído do jogo com um sabor mais doce na boca em comparação a Fae Farm.

O jogo da Phoenix Labs está disponível para PC e Nintendo Switch. Isto não é uma análise, não cheguei a acabar a história principal, são apenas umas breves impressões. Contudo, durante meu tempo com o Fae Farm, gostava que tivesse havido algo mais para me agarrar. Pelo preço de 59.99€ é-me muito difícil recomendar-vos este jogo se não gostarem mesmo muito da mistura da temática de fadas com um “farming life game“, especialmente quando podem simplesmente agarrar o Stardew Valley (sim, eu vou continuar as comparações ao jogo do Eric Barone) por 13.99€ na eShop.

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