Depois de um lançamento aclamado tanto por críticos como fãs em 2019, a Respawn Entertainment regressa à sua história no universo “Star Wars” com um novo jogo, que tenta melhorar tudo o que foi feito no anterior.
A narrativa decorre 5 anos após os eventos de “Star Wars Jedi: Fallen Order”, tendo a equipa se desagregado ao longo dos anos e Cal continua a trabalhar com Saw Guerrera para destabilizar o Império, algo que rapidamente se altera quando uma das operações corre mal e Cal se vê obrigado a lentamente recompor a sua equipa e continuar a sua jornada para travar as inúmeras investidas do Império.

Como um todo a narrativa está bem conseguida, em especial a escrita das inúmeras personagens com as quais nos deparamos nos vários planetas que visitamos, algo que dá uma maior satisfação ao conteúdo extra espalhado pelo mapa pois há uma grande quantidade de diálogo que expande as personagens e as suas relações.
O ritmo narrativo e estrutura das missões principais é também de louvar, quase todas são frenéticas e com sequências incríveis que irão entusiasmar qualquer fã e não só, em especial uma que considero uma das melhores missões de sempre num videojogo de tão impressionante que é.
Visualmente… Bem, é certamente um jogo bonito com boa direção artística, mas tudo isto é algo desperdiçado pelas atrozes condições da performance no seu estado atual, muitas vezes a resolução do jogo cai para valores próximos de 720p e fica demasiado desfocado para se desfrutar devidamente de alguns locais vistosos deste jogo.
Além disso a framerate é muito, muito má, não só quase nunca chega a 60fps no modo performance como ocorre “screen tearing” constante, algo que muitas vezes acabou por ser nauseabundo, sinto que deviam ter adiado o jogo mais uns tempos se este era o estado em que ia ser lançado.
Caso queiram uma experiência ligeiramente menos problemática: o modo qualidade, que corre apenas a 30fps parece ser uma melhor opção.

Além dos problemas de performance fiquei também muito desiludido com constante “pop-in” de texturas e tive uma quantidade considerável de crashes, o jogo está num estado lastimável no momento que escrevo esta análise, pelo que recomendo esperar uns tempos, até limarem estas arestas.
Ao nível sonoro, por outro lado, o trabalho é incrível, os efeitos sonoros dão um toque distinto a cada coisa que acontece e a banda sonora composta por Stephen Barton e Gordy Harbb é muito boa, especialmente na reta final do jogo, podendo ser ouvida aqui.
Falando agora da jogabilidade, é onde o jogo realmente brilha, sendo possível mudar a “stance” de sabre de luz que queremos usar a meio do combate, havendo 5 por onde escolher, algo que gostei porque dá uma opção diferente a cada jogador para ver qual se ajusta mais ao seu estilo, no meu caso escolhi uma das novas introduzidas neste jogo e nunca mais voltei a mudar, adorei cada momento com esse estilo e sinto que me deixou ainda mais positivo no que ao combate diz respeito.

Algo também muito bom é o sistema de “parry” que transita do anterior e em alguns aspetos foi melhorado, dependendo da “stance” que decidirem usar, sendo sempre satisfatório e faz lembrar bastante “Sekiro: Shadows Die Twice”, especialmente nas lutas contra bosses.
Falando em bosses, joguei na dificuldade mais alta e na sua grande maioria foram muito divertidos e satisfatórios de derrubar, porém alguns, especialmente os opcionais são bastante maus a nível de estrutura da luta e as suas capacidades, humanóides são fáceis de contrapor com alguma prática, mas criaturas são demasiado erráticas e possuem “hitboxes” demasiado estranhas para terem a capacidade de matar o jogador num só golpe, acabando por tornar estas lutas extremamente frustrantes.

O uso de “Force Powers” é também mais substancial neste jogo em relação ao anterior, sendo sempre divertido agarrar num Stormtrooper distante e apunhalá-lo quando vem na nossa direção, assim como repelir um bando de inimigos penhasco abaixo.
Tal como o seu antecessor, este jogo tem também elementos Metroidvania, algo que é bastante divertido dadas as habilidades que desbloqueamos ao longo do jogo serem tão diversas, embora ache que podiam ter reduzido um pouco a quantidade de colecionáveis, são divertidos de se apanhar, mas também sinto que podiam ter números menos excessivos.
Algo que ajuda a uma maior apreciação a esta vertente de exploração é que ao contrário do seu antecessor é possível fazer viagens rápidas entre pontos de meditação, tornando este processo muito mais agradável, sem dúvida uma das melhores adições a este jogo.
Além de desafios de combate, o jogo também possui desafios de plataformas, e embora sejam divertidos denota-se que o jogo não foi feito com saltos precisos em mente, o que causa uma pequena frustração em alguns deles.

Como já é habitual, este jogo utiliza as funcionalidades do Dualsense e embora não sejam tão impressionantes como num “Returnal” ou “Resident Evil 4”, o seu uso do “Haptic Feedback” e gatilhos adaptativos é bastante bom e dá um peso extra às ações de Cal e a certas sequências narrativas que gostei.
Em suma, “Star Wars Jedi: Survivor” é um excelente jogo, dando-nos uma muito boa história neste universo emblemático e um combate e exploração de luxo acabando por ser um deleite para fãs, mas no estado atual não o consigo recomendar e atribuir mais que um 7/10.