Análise – Sonic Frontiers

Depois de um período menos positivo, o ouriço mais conhecido dos videojogos regressa com “Sonic Frontiers”, um jogo que tenta combinar os níveis de alta velocidade icónicos da franquia com um mundo aberto bastante inspirado em jogos como “The Legend of Zelda: Breath of the Wild”.

Narrativamente, o jogo passa-se após os eventos de “Sonic Forces” e “Team Sonic Racing”, quando Sonic e amigos estão a viajar em direção às “Starfall Islands” para encontrarem as “Chaos Emeralds” que lá foram detetadas, infelizmente para eles, uma nova ameaça aprisiona-os num mundo cibernético e só Sonic consegue escapar, ficando nas suas mãos salvar os seus amigos.
No geral, a história deste jogo é bastante competente, longe das narrativas mais infantis dos jogos lançados desde “Sonic Colors” e sem forçarem uma temática mais sombria como “Sonic Forces”, mantendo-se neste jogo uma simplicidade ao nível narrativo e elevada por alguns diálogos de boa qualidade entre as personagens.

Ao nível visual, “Sonic Frontiers” apresenta 2 modos: Qualidade(4K/30) e 60fps, que como o nome indica corre a 60fps e a uma resolução de 1800p, que foi o modo em que joguei para esta análise.
Neste quesito não tenho muito a apontar, o jogo não é mau visualmente, possuindo boa qualidade de imagem e de texturas mas nota-se que foi um jogo desenvolvido para consolas como a Switch e não propriamente as consolas mais poderosas, pelo que o jogo possui uma enorme quantidade de “pop-up”, ou seja objetos como plataformas e os trilhos por onde podemos deslizar só aparecem quando estamos mesmo à sua frente o que dificulta a navegação pelo mundo em certas alturas e mesmo descobrir coisas que precisamos para missões porque por vezes estão nessas plataformas e não há forma de sabermos até estarmos mesmo perto das mesmas.

O grande destaque do jogo vai para a sua banda sonora, composta maioritariamente por Tomoya Ohtani, mais conhecido pelo seu trabalho em “Sonic Adventure 2” e “Sonic Unleashed”, não só tem imensa variedade de músicas como quase todas são incríveis, sem dúvida uma das melhores bandas sonoras do ano, em que destaco especialmente “Flowing”, “Vandalize” e “One Way Dream”.

A nível de jogabilidade, “Sonic Frontiers” bebe muito de inspiração dos seus predecessores nos níveis mais tradicionais, possuindo todas as habilidades já conhecidas como o “Boost” e o “Homing Attack”, mas com a adição do duplo salto de “Sonic Lost World”, sendo por isso bastante satisfatório navegar cada nível com estas habilidades, todos eles com muitas rotas por onde escolher, pecando no entanto por físicas bastante medíocres e todos os níveis terem apenas 4 temas visuais. Que acabam por ser os mais reciclados pela franquia perdendo muito o apelo que poderiam ter se tivessem outro aspeto, esses temas são: “Green Hill”, “Chemical Plant”, “Sky Sanctuary” e “City”.

O mundo aberto, porém acabou por ser uma revelação, não só é divertido de se explorar, como também de se navegar rapidamente, sendo raras as vezes que precisei de “Fast Travel“, maioritariamente na terceira ilha onde cada local está tão distante que acaba por ser a única opção rápida disponível.
Neste mundo temos não só “Tokens” (permitem avançar a história e aceder a mais conversas com os amigos aprisionados) para colecionar como também diversos inimigos por enfrentar, o que torna cada ilha muito interessante à sua maneira.
Sinto que esta vertente do jogo só peca por não ter bem a liberdade de movimento que sinto que seria possível, a câmara e as próprias físicas por vezes limitam o nosso movimento e saltos para chegar a sítios mais cedo que o suposto tornam-se demasiado difíceis para compensarem, porque acabamos por lutar mais com a câmara que com os inimigos.

Falando em inimigos, o sistema de combate deste jogo é estranhamente simples, mas bastante satisfatório, além de murros e pontapés, Sonic consegue usar o seu “Homing Attack” e o “Cyloop“, uma nova habilidade que confere a capacidade de gerar anéis quando queremos ou desenhar círculos em redor dos inimigos para os atordoar ou lançar no ar, no meio dos diferentes combos, tendo cada luta a sua mecânica e forma de derrotar diferente, tornando isto muito dinâmico e divertido à medida que desbloqueamos novos ataques numa “Skill Tree” típica.

Os bosses são ainda melhores, sendo sem dúvida um dos maiores destaques do jogo, cada luta é incrível e extremamente épica, tendo não só bastantes “Quick Time Events” como cinemáticas que acabam com momentos bastante grandiosos, fazendo lembrar os antigos “God of War”, “Metal Gear Rising” e restantes jogos dessa era.

Em suma, “Sonic Frontiers” não é o jogo do ano, nem precisa de ser, é um passo na direção certa para a franquia e sinto que com alguns ajustes numa sequela o ouriço pode voltar à ribalta, pelo que atribuo a este jogo a nota de 7/10.

Sonic Frontiers no OpenCritic

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