Análise ao trailer de gameplay de “Red Dead Redemption 2”

A dois meses de se fazerem dois anos desde que foi revelado Red Dead Redemption 2, e após dois adiamentos, fomos galardoados pela nossa espera com o primeiro trailer de gameplay do jogo. Nos seis minutos de trailer tivemos uma sneak peek dos gráficos do jogo, as mudanças ao combate e a introdução ao novo living world.

Red Dead Redemption 2 vai sair para PS4 e Xbox One a 26 de Outubro de 2018.


É inevitável que as primeiras observações se dediquem aos incríveis cenários e pormenores que nos saltam à vista imediatamente. Não só a um nível macro, com os belíssimos cenários montanhosos do Oeste americano, mas também nos pequenos detalhes, como a marca na lama que Arthur – o protagonista – deixa quando é atirado ao chão, à própria sujidade na sua roupa, aos detalhes do cavalo, tudo isto mostra uma incrível dedicação à fidelidade gráfica e visual. A Rockstar sempre primou neste departamento, sem dúvida pela escala dos seus jogos, mas o mundo de Red Dead, muito mais natural, permite à Rockstar mostrar com maior facilidade o seu talento, face a, por exemplo, os cenários urbanos dos Grand Theft Auto, que são igualmente incríveis, mas não possibilitam o showcase a grande escala que vemos em RDR.

Estes cenários dão-nos uma breve primeira vista às mudanças implementadas entre RDR2 e a sua prequela. O primeiro jogo cinge-se sobretudo aos cenários desérticos, havendo uma travessia pelas montanhas, uma pequena cidade e um cenário nevado, e apesar do novo mundo ser também composto por estes biomas, acrescenta também pântanos, oferecendo uma maior densidade à vegetação (as florestas parecem ser muito mais profundas assim como a neve parece ser mais agressiva). A variedade é acrescida assim como a sua própria singularidade é reforçada, e sobretudo a fuga à modernidade (um dos grandes temas de RDR, a decadência dos tempos da frontier).

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gameplay não estagna, apresentando algumas mudanças. O combate corpo a corpo evolui a partir do GTA V e parece agora muito mais fluido, havendo combos, bloqueios, contra-ataques. Do mesmo modo, o combate armado ganha novas animações de recarregamento, mas também novas armas e um sistema de recoil mais trabalhado. Parece sugestivo que a roda de armas notória nos jogos anteriores tenha desaparecido, podendo o jogador ser forçado a limitar o seu arsenal. Numa das cenas do trailer, vê-se Arthur a disparar com um revolver, que é rapidamente substituído pela espingarda que tem na sua outra mão quando as balas da primeira arma acabam, dando uma perspectiva mais fluída e rápida do combate, invés da não tão realista roda de armas. O deadeye não parece mostrar grandes desenvolvimentos, só será possível determinar futuramente se a mecânica foi trabalhada ou não.

Curiosamente, os cavalos foram também retrabalhados, invés de serem simples veículos de transporte, cada um deles pode servir uma função diferente (cavalos de carruagem parecem ser a novidade), e é sugestivo que o tratamento do jogador ao animal pode melhorar ou piorar o seu comportamento. Ainda em relação ao parágrafo anterior, é sugerido que o cavalo serve como armazenamento de armas, o que poderá ser mais uma evidência do limite de armamento que pode ser transportado pelo jogador.

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Sem dúvida que a novidade mais notória é a alteração ao mundo que é apresentada como um living world. O jogo pode interagir com o mundo por pequenas acções como não interferir num roubo, cumprimentar um estranho, defender alguém ou o tradicional matar ou salvar alguém. É sugerido que todas estas mudanças vão ser significantes na progressão da narrativa e no molde do mundo. Resta perguntar no entanto se a Rockstar vai conseguir capitalizar nessas mudanças, sobretudo no que toca ao desenvolvimento de Arthur, mas também ao resto do mundo. Se as escolhas não têm um impacto preciso na narrativa ou mesmo no próprio jogador são insignificantes, servindo apenas como enfeites.

Arthur faz-se acompanhar pelo seu gangue, Van der Linden, que pode acampar pelo mapa (não é ainda possível saber se em todo o lado ou espaços limitados). Neste acampamento, é possível ao jogador interagir com o resto da família de Arthur, participando em actividades como jogos, caça ou o tradicional planeamento de um assalto. Porém, a insinuação de que é pode ser necessário ao jogador ter que providenciar ao acampamento mantimentos, como alimentos, para aumentar o moral (resta saber como é que a moral vai afectar o jogo) do acampamento, alertou-me imediatamente. Será que vamos ter pop-ups constantes a pedir comida ao acampamento? Ou poderemos atribuir tarefas a outros membros do gangue para aliviar o jogador? De qualquer maneira, só resta a especulação, mas mal implementada pode ser desastrosa para a fluídez do jogo (certamente que todos os developers aprenderam com o erro do Dead Rising 2).

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Este trailer é o primeiro num conjunto de vídeos que pretendem dar um olhar ao último jogo da Rockstar antes do seu lançamento. No próximo vai-ser falar de missões, actividades, gangues inimigos e assaltos. Apesar de todas as dificuldades que a Rockstar tem encontrado com os fãs, especialmente a apreciação negativa do que se tornou o GTA Online, é inquestionável que houve um claro cuidado em progredir com as possibilidades do sandbox. Sempre vi os jogos que estão entre os GTA como recreios para as mentes da Rockstar trabalharem no que vai ser no próximo grande título deles (RDR serviu para testar o que seria o online do GTA V, assim como LA Noire testou as capacidades da tecnologia de captura facial), e apesar de ser impossível atestar à aplicação destas novas mecânicas num GTA futuro, podemos afirmar que há uma evolução.

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