8 anos após o lançamento de “Saint’s Row IV”, a franquia regressa agora em 2022 com um novo jogo.
“Saints Row” funciona como um reboot da franquia após as viagens estapafúrdias dos anteriores, especialmente de “Saint’s Row IV” que até superpoderes adicionou à jogabilidade.
Neste jogo seguimos um grupo de 4, composto pela nossa personagem (que tal como nos jogos anteriores é totalmente personalizável), Neenah, uma rapariga fanática por veículos e arte, Kevin, a pessoa musculada que lá no fundo tem um coração de ouro, e por fim Eli, que é o cérebro do grupo.

Vou ser honesto, embora algumas sequências goste da dinâmica do grupo e das piadas entre eles, a história e toda a relação das personagens são esquecíveis e não passam de um nível razoável, especialmente quando muitas das missões mais baseadas na relação entre eles não aprofundam muito essa relação, servindo apenas de atalho para nova luta ou uma viagem de carro entre 2 sitios distintos.
A nível visual, este é dos jogos mais bizarros que já joguei, certas texturas são bastante boas, outras e a maioria dos modelos parecem do início da geração passada, sendo bastante pobres como um todo, também denotei imenso “pop-in”, estando coisas sempre a aparecer à minha frente de forma óbvia, desde edifícios, a pessoas ou até mesmo veículos.
Destaco, porém, que existem 7 diferentes modos de performance por onde escolher, embora praticamente nenhum se mantenha completamente estável, recomendo a opção “1440p Max Framerate” para a melhor relação qualidade/fluidez.

A Banda Sonora, para uma série tão conhecida pelos seus momentos musicais e músicas licenciadas, é um autêntico fracasso, estando as mesmas músicas sempre a tocar nas rádios e as poucas que existem não se comparam de todo aos anteriores jogos, acabando por ser mais irritantes que entusiasmantes, o jogo nem rádio própria de música Pop tem…
Ao nível da jogabilidade, embora seja algo manhosa de se controlar a personagem por vezes, sinto que é satisfatória o suficiente, especialmente dada a variedade de armas que vamos desbloqueando e existem para colecionarmos, muitas delas com diferentes efeitos, o que torna divertido lutar contra hordas de inimigos…nas primeiras horas, isto porque o jogo é extremamente repetitivo, dei por mim nas missões finais a correr em direção ao objetivo e ignorando todos os inimigos que não fossem estritamente obrigatórios porque muitos deles são autênticas “esponjas” de dano que tornam os combates enfadonhos quanto mais jogamos.
O mapa é um misto, por um lado temos uma cidade luxuosa que lembra Las Vegas, rodeada por um deserto e embora tenha bastante conteúdo, que salvam o jogo para mim pois esse conteúdo consegue ser divertido, especialmente as missões que usamos o “Wingsuit” pelo mapa, mas tal como o combate começa a ficar cheio de atividades repetidas e assim que desbloqueei veículos aéreos foi tudo o que comecei a usar para me deslocar e evitar os inúmeros problemas que a condução tem.

Falando em problemas, está na hora de abordar o maior problema que este jogo tem: os bugs…
Este é dos jogos mais recheados de problemas técnicos que já joguei, desde físicas completamente disfuncionais a personagens a desaparecerem, este jogo tem de tudo no que a bugs diz respeito.
Estes problemas no primeiro dia até foram divertidos e eu ri-me com as inúmeras peripécias causadas por eles, mas quanto mais jogava mais frustrantes ficavam, as físicas que inicialmente tornavam a condução divertida por conseguir destruir carros praticamente só lhes tocando de raspão, mais à frente dei por mim com o meu carro a explodir constantemente ou a falhar missões de escolta de mercadorias porque a mercadoria decidia ir em direção a outro carro e rebentar.
Outro problema recorrente foi o botão de entrar e sair de veículos não funcionar por vezes, necessitando de reiniciar o jogo e a missão para que funcionasse, adicionando uma frustração adicional.

Em suma, “Saints Row” tem uma base para ser um jogo razoável com bom conteúdo adicional e jogabilidade algo divertida, mas no estado atual não o recomendo a não ser que sejam mesmo entusiastas, pelo que lhe atribuo a nota de 5.5/10.