Análise – Horizon Forbidden West (PS5)

5 anos após o lançamento do antecessor, “Horizon Zero Dawn”, a Guerrilla Games regressa à carga com “Horizon Forbidden West”, uma sequela direta da aventura de Aloy, publicado pela Sony, a quem agradecemos o código dado, sem o qual a análise não seria possível.

A narrativa desta sequela dá-se aproximadamente 6 meses após o fim do último jogo e encontramos uma Aloy um pouco mais experiente e a tentar encontrar uma forma de curar de uma vez por todas todo o seu mundo, afligido por terras envenenadas, tempestades constantes e vegetação morta, sendo nessa jornada que decide rumar em direção ao Oeste Proibido, que dá o nome a este jogo.
No geral é sólida e notam-se melhorias em relação ao primeiro jogo mas os diálogos continuam demasiado expositivos e repetitivos na maioria para serem verdadeiramente interessantes, ainda assim a caracterização de Aloy é fantástica, finalmente tendo uma personalidade verdadeiramente sua fora das pequenas escolhas do jogador.

Algo que também adorei ao nível das interações entre personagens foram as expressões faciais, são simplesmente fantásticas e um dos momentos mais “next-gen” desta geração atual até ao momento, em especial Aloy quando fala num tom mais sarcástico faz pequenos movimentos com os olhos que complementam mesmo bem essas interações.

Visualmente, “Horizon Forbidden West” é estonteante, facilmente o jogo mais bonito que alguma vez joguei, cada região emana uma sensação de realismo que me continuou a surpreender mesmo ao fim de 50 horas de jogo. Desde desertos áridos a florestas densas, todo o mundo é variado e repleto de regiões que deliciam qualquer pessoa que as vislumbre.

Ao nível da performance são-nos apresentados 2 modos, Fidelidade e Desempenho, o primeiro correndo a 4K nativo a 30 frames por segundo e o segundo a 1800p com checkerboarding a 60 frames por segundo. Nesta análise o modo escolhido foi o de Fidelidade mas a experiência é agradável em ambos, tirando o de desempenho ser algo desfocado.

 O mundo deste jogo é gigantesco, e recheado de atividades por fazer, tantas que a primeira vez que convertemos um “Pescoçudo” pode mesmo ser surpreendente porque o mapa se enche de ícones.
De recados pequenos e eventos aleatórios a missões secundárias que mais parecem missões principais disfarçadas, há de tudo um pouco para todos os gostos e diverti-me imenso a descobrir atividades novas, embora sofram um pouco de repetitividade perto do fim e do problema dos diálogos já mencionado, mas de resto não há muito que criticar e são uma clara melhoria em relação às missões secundárias fracas do primeiro jogo.

Até um mini-jogo de tabuleiro existe para passar o tempo e começa a ficar mais complexo à medida que conhecemos outros jogadores com quem jogar nas várias cidades.

A banda sonora, composta por Joris Maarten de Man, é excelente, adicionando ao tema de Aloy novas músicas que de vez em quando tocam pelo mundo e apesar de subtis adicionam um incentivo extra de explorar várias regiões para ouvir algumas músicas que talvez não tocariam noutro lado.

Ao nível da jogabilidade, este jogo mantém todos os princípios do primeiro jogo mas adiciona um “glider”, que facilita imenso a travessia pelo mundo, bem como um “hookshot” que juntamente com o primeiro item mencionado tornam o jogo muito mais vertical.
Porém a mecânica de escalada deixa algo a desejar, não só precisamos de estar constantemente a focar-nos para o jogo nos mostrar as rochas arbitrariamente boas para escalar como por vezes não conseguimos escalar essas mesmas rochas se dermos um salto num ângulo que não o pretendido.

O combate, um dos componentes mais conceituados do original, continua no geral excecional e tremendamente divertido, trazendo desta vez enormes mudanças ao combate corpo a corpo, algo que francamente odiei no jogo anterior, havendo não só inúmeros combos, como mesmo alguns nos deixam juntar o arco e flecha com a lança de uma forma fluida e assim escolher a melhor abordagem em cada combate com outros humanos.

Já os combates com as inúmeras máquinas que vagueiam pelo mundo continuam a ser o grande destaque do jogo, e estão melhores que nunca como um todo, sendo dinâmicas e bastante intensas contra as máquinas mais poderosas.
Porém senti que nesta sequela, embora tenham melhorado bastantes aspetos do combate a sua variedade ficou reduzida, armas mais focadas em suporte como as armadilhas e o lançador de cordas foram relegados a armas quase inutilizáveis, tendo passado o meu arsenal perto do fim a ser composto por apenas armas ofensivas, sendo uma pequena desilusão no meio de um sistema tão robusto e divertido.

Como já é habitual na PS5, a implementação do Dualsense é fantástica, sendo tanto o “Haptic Feedback” como os gatilhos adaptativos usados ao máximo, especialmente nas diferentes armas, sentindo a diferença de peso de cada arco e alguns ataques mais poderosos dos inimigos.

Em suma, “Horizon Forbidden West” é uma melhoria significativa do primeiro jogo, embora ainda tenha alguns contratempos que o impedem de concretizar todo o potencial, ainda assim atribuo a nota de 9/10.

Horizon Forbidden West no OpenCritic


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