Análise – Crow Country

Desenvolvido pelo estúdio responsável por jogos como Snipperclips, SFB Games, chega-nos uma nova aposta independente no género Survival Horror, Crow Country, que procura juntar a atmosfera de Resident Evil aos modelos de Final Fantasy VII.

Crow Country conta a história de Mara Forest, uma jovem polícia que chega ao abandonado parque de diversões à procura do seu criador, que desaparecera 2 anos antes. À medida que Mara atravessa os claustrofóbicos e misteriosos corredores do parque começa a aperceber-se que algo mais se passa e criaturas aterradoras se espalharam por toda a área, tendo Mara de desbravar cada zona e descobrir o que realmente aconteceu neste parque de diversões.

No geral gostei bastante da narrativa, está presente o suficiente mesmo para quem não explore cada recanto do mapa, e quem o fizer é altamente recompensado com imensa informação adicional que tornam este mundo muito mais rico do que eu esperava.

Visualmente este jogo consiste num autêntico tributo à geração da PS1, possuindo o tradicional aspeto de muitos jogos da época com uns visuais ligeiramente desfocados e um grão que cobre toda a imagem, dando um aspeto bastante único e visualmente apelativo.

A banda sonora, composta por Ockeroid, é claramente uma homenagem aos Resident Evil clássicos e adiciona imenso à tensão e atmosfera das diversas áreas deste expansivo parque abandonado.

No que toca à jogabilidade, Crow Country é simplesmente incrível, um autêntico mimo para quem como eu prefere o estilo dos Resident Evil clássicos ao atual, embora aqui possamos controlar a câmara, algo que me atrofiou bastante. Mesmo quando o estava prestes a acabar de certeza que falhei alguns detalhes em cada zona porque me esqueci de virar a câmara na totalidade para vasculhar cada canto.

Outra coisa que gostei foi os inimigos serem largamente opcionais de ser confrontados, sendo dada ao jogador a escolha de matar os inimigos num certo local ou simplesmente circundá-los e poupar os recursos para os maiores confrontos, que aqui se apresentam como 4 mini-bosses e um boss final que pareceu demorar bastante a matar, pelo que recomendaria abordar a reta final com alguma preservação e cuidado com a munição restante.

Este parque abandonado está dividido em 4 grandes zonas e cada uma delas repleta de diferentes salas e atalhos com bastantes atividades e segredos por desvendar, dando ao jogador muitas oportunidades de se aventurar e descobrir items importantes como munições da arma mais poderosa, ou até mesmo melhorias para as armas que possuímos de momento.


No entanto nem tudo é perfeito, pois o lançamento deste jogo foi assolado por um bug bizarro que além de ser chato, acabou por arruinar um pouco o jogo para mim mais ou menos a metade, e basicamente este bug consiste num problema relacionado com a linguagem da PS5, se a tivermos em qualquer língua além de Inglês, há certas coisas no mundo que simplesmente não conseguimos progredir pois não aparece o botão para clicarmos nelas, sendo necessário mudar toda a linguagem do sistema para circundar este problema, algo que se tornou bastante chato, especialmente quando me aconteceu pela primeira vez e perdi mais de uma hora a tentar de tudo para corrigir o problema e nada resultava.

Algo que é recorrente neste género é o sistema de classificação e as recompensas que ele oferece ao fim de cada playthrough, algo que aqui são bastante boas e oferecem algumas opções poderosas para tornar sessões futuras muito mais rápidas e divertidas, embora tivesse preferido que o jogo tivesse ainda mais conteúdo, o que aqui está especialmente a 20 euros é bastante bom.

Em suma, Crow Country é um triunfo autêntico para qualquer fã do género Survival Horror, sendo uma experiência de alta qualidade a um preço reduzido, embora a minha experiência tenha sido manchada por um bug bastante chato, pelo que atribuo ao jogo um 8/10.

Leave a comment