Análise – The Last of Us Part II Remastered

Lançado em 2020 com enorme aclamação, The Last of Us Part II regressa agora numa versão remasterizada, que promete além de visuais refinados alguns modos novos para os fãs desfrutarem.

Ao nível visual existem 2 modos distintos, performance que corre a 1440p e 60fps, e qualidade que atinge 4K nativo a 30fps. Além disso foram também adicionadas melhorias ao nível das texturas e sombras, embora bastante leves.

Um dos modos adicionados é o “speedrun mode”, já presente no remake do primeiro jogo, que permite ao jogador almejar por um bom tempo tanto em determinados encontros como na campanha como um todo, sendo uma adição engraçada para quem gostar de se aventurar nesse tipo de modos.

Além disso foi também adicionado um modo de níveis cortados do lançamento final do jogo, que não só nos permite experienciar essas sequências inacabadas como possuem imensos comentários das pessoas envolvidas na sua criação e o que tentavam alcançar com essas sequências.
Há uma sequência em particular que apesar de rudimentar gostei bastante da sua implementação, sinto que um pouco mais polida seria uma boa adição à campanha.

Para os aficionados de música foi também adicionada a possibilidade de tocar livremente guitarra com diferentes personagens, algo que embora pessoalmente não consiga usufruir totalmente disso continua a ser um conceito que gosto, especialmente pela forma como usa o painel tátil do comando para cada nota distinta.

Mas o grande “sumo” desta remasterização é sem dúvida o modo “No Return”, que é um Roguelike onde disputamos 6 confrontos distintos e se falharmos uma vez que seja regressamos ao inicio.
No geral adorei este modo, não só as várias personagens que gradualmente desbloqueamos são muito diferentes, com vantagens e desvantagens muito próprias, temos também uma variedade decente de objetivos por completar em cada encontro, assim como pequenas missões secundárias que nos dão desde um aumento de saúde, como moedas para comprar armas novas e melhorias adicionais. Tendo também cada missão modificadores que podem ser apenas visuais ou afetar mesmo a nossa capacidade de recarregar a arma, por exemplo.

Ao cumprir objetivos específicos de cada personagem, por exemplo, somos recompensados com fatos que não só se aplicam a estes encontros como também à campanha principal, logo se alguma vez quiseram que a Ellie estivesse vestida de astronauta este é o momento para o fazerem.
Este modo além de muito divertido é também bastante difícil mesmo na dificuldade normal, ao contrário de muitos jogos “Roguelike” penei muito logo no inicio e não ficou assim tão fácil à medida que pus cada vez mais horas, diria que essa é mesmo a sua maior falha, não há grande progressão, começamos sempre do zero, apenas desbloqueamos novas personagens, o que em certos casos pode ser uma melhoria em relação à anterior mas noutros o oposto, pois mesmo algumas das personagens mais poderosas têm desvantagens consideráveis.
Pode também ficar um pouco repetitivo ao fim de várias horas, especialmente quando estamos encurralados num certo encontro e não conseguimos progredir, mas isso acaba por ser natural no género que se insere, embora sinta que pudesse ser mitigado com uma maior sensação de progressão.

Além disso possui a possibilidade de fazer tentativas personalizadas ao nosso gosto, como uma espécie de treino em que definimos os inimigos, locais e até mesmo os modificadores que nos afetam ao nosso gosto.

E claro há um desafio diário que nos põe com uma personagem pré-definida e após terminarmos a nossa tentativa compara a nossa pontuação com outros jogadores, sendo algo que sinto que posso voltar vezes sem conta no futuro só para ver o que cada dia traz de diferente.

Esta remasterização traz também a habitual implementação do Dualsense e sem surpresas é bastante boa, aplicando os efeitos hápticos e os gatilhos adaptativos de forma sublime a cada arma, dando um impacto a cada disparo.

Além disso existe uma função de acessibilidade que permite que o diálogo seja adaptado à vibração háptica para pessoas com dificuldades auditivas possam desfrutar e perceber as nuances dos vários diálogos que existem no jogo.

Em suma, The Last of Us Part II Remastered compensa os 10 euros pedidos apenas pelo seu modo “No Return” (no caso de já possuírem o jogo base), embora sinta que a progressão podia ter sido um pouco mais palpável, sendo as restantes adições um bónus agradável, tornando esta uma ótima forma de experienciar um excelente jogo, pelo que atribuo a nota de 8/10.

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