Análise – Dead Space (Remake)

“Dead Space”, uma das trilogias de terror da indústria mais icónicas, está de regresso, cerca de 10 anos depois de “Dead Space 3”, com um remake do primeiro jogo, desta vez desenvolvido pela Motive Studios e não pela Visceral Games.

Aquando do seu lançamento, em 2008, o original foi um sucesso tanto crítico como comercial, não só pela sua exímia execução como “Survival Horror” como pela sua tenebrosa atmosfera e noção de exploração num mapa interligado.

A narrativa começa com Isaac Clarke, o protagonista, a bordo da USG Kellion, uma nave de reparações destacada para reparar a USG Ishimura, um gigante veiculo especializado em mineração planetar, e também o local onde se encontra a namorada de Isaac, Nicole.
Rapidamente, a situação descarrila por completo, pois assim que entram a bordo da Ishimura, rapidamente são rodeados por estranhas criaturas assassinas e a missão torna-se sobreviver e arranjar uma forma de escapar da nave.

Ao nível da narrativa, “Dead Space” é bastante bom, em especial graças às inúmeras mudanças em relação ao original, quase o fazem um jogo totalmente novo de tão mais expansiva se tornou a história, e a isso contribuiu bastante a inclusão da voz de Isaac em “Dead Space 2” e a sua sequela, Gunner Wright, que eleva uma personagem inicialmente muda para um patamar excelente onde Isaac se torna não só mais humano, como percebemos melhor as mudanças que sofre ao longo da trama.

Falando no que aos visuais diz respeito este jogo, é simplesmente incrível, com gráficos de topo que representam na perfeição toda a atmosfera e brutalidade que decorre na Ishimura ao longo do jogo, cada inimigo é desmembrado em detalhe e as diferentes zonas da nave têm um detalhe exímio, sem dúvida dos jogos mais impressionantes desta geração de consolas até agora.
Joguei este jogo no modo performance, que corre a 1080p e 60fps, mas existe ainda uma opção de qualidade a 1440p com “Ray-Tracing” a 30fps.

A banda sonora, composta por Trevor Gureckis, é subtil mas extremamente eficaz a construir tensão em cada canto da Ishimura, podendo ser ouvida aqui.

“Dead Space” mantém-se fiel ao original no que diz respeito à jogabilidade se dar na terceira pessoa, mas as diferenças são colossais:
Em primeiro lugar, o sistema “Kinesis” que no original apenas nos deixava arremessar telepaticamente contentores explosivos, foi melhorado para ser parecido com o presente em “Dead Space 2”, permitindo arremessar quase tudo o que vemos pelos cenários como arma contra os “Necromorphs”, desde vigas de metal a membros do corpo de inimigos mortos, tornando o combate divertido e dinâmico.

Além disso foram também adicionadas missões secundárias que melhoram a história ao longo da Ishimura, incentivando à exploração e o regresso a locais já visitados, algo que é melhorado ainda mais pela presença de um diretor de intensidade que nos atribui inimigos aleatoriamente à medida que voltamos a zonas já visitadas, pelo que o jogador tem de se manter alerta mesmo onde se acha completamente seguro.

Neste jogo regressam as diferentes armas do original, cada uma com a sua utilidade, mas o grande destaque continua a ser a arma inicial, a “Plasma Cutter”, não só retalha os inimigos melhor que qualquer outra como é extremamente satisfatória de se usar à medida que a melhoramos com os recursos que encontramos.

Falando em armas, o jogo utiliza bastante bem as funcionalidades do Dualsense, tendo cada arma a sua resistência e sensação distinta, sendo muito recompensador mudar de arma de vez em quando para sentir as diferenças emanadas pelo comando.

Diria mesmo que as minhas quesilias com o jogo provêm da estrutura do próprio jogo original, com alguns capítulos excessivamente compridos e umas regiões simplesmente irritantes pelo meio que não têm a qualidade do restante jogo, mas tirando isso é uma melhoria em quase todos os aspetos, sendo as adições muito bem vindas.

Em suma, “Dead Space” é um dos melhores remakes já feitos, estando próximo do patamar estabelecido por “Resident Evil Remake” em 2002, e embora continue a fraquejar em zonas onde o original também o fez, é altamente recomendado, pelo que lhe atribuo a nota de 9/10.

Dead Space no OpenCritic

One thought on “Análise – Dead Space (Remake)

Leave a comment