Minecraft Dungeons: Hero Edition – Análise

Minecraft Dungeons é um dungeon crawler de acção a solo ou co-op dentro do mundo de Minecraft. O jogo foi lançado a 26 de maio e está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC por 19.99€. A Hero Edition contém uma capa de heróis, duas skins, uma galinha e o Hero Pass, que traz os dois DLCs lançados após o jogo pelo preço de 29.99€.

Agradecemos à Ecoplay por nos fornecer um código do jogo para esta análise.

Minecraft Dungeons começa por introduzir-nos a Archie, um Illager rejeitado por todos que conhece. Um dia, ele tropeça num artefacto conhecido como a “Orb of Dominance“, que o presenteia com grandes poderes, mas que o corrompe no processo. O agora vil Arch-Illager usa os poderes para se vingar de todos os que o rejeitaram, e cabe ao(s) herói(s) (os jogadores) salvarem os villagers e derrotarem o Arch-Illager e o seu exército.

Como é de esperar, Dungeons mantém-se fiel ao estilo único de Minecraft, e isso reflecte-se nos seus visuais. Os níveis e zonas de Minecraft Dungeons parecem saídos daquelas obras criadas pelos jogadores que costumamos ver pela internet, densas em objectos, detalhes e referências ao jogo. A iluminação e sombras surpreenderam-me e adicionam muita credibilidade e vivacidade aos locais. Em termos de variedade, os níveis diferenciam-se entre si tematicamente (com o típico nível da floresta, o da lava, etc) e aproveitam os biomas de Minecraft bastante bem para criar esta variedade. Todavia, da forma que o jogo promove repetição de níveis (com dificuldades mais altas e melhores recompensas), a geração procedural dos níveis não faz o suficiente para alterar a experiência: Pouca ou nenhuma diferença se nota ao revisitar um nível, o que contribui bastante para um dos maiores problemas que tenho com o jogo: a repetitividade.

Minecraft Dungeons é um jogo curto se fizerem os níveis apenas uma vez cada. Daí o loop do jogo promover voltarem a dungeons já completas em dificuldades mais altas para encontrarem melhor loot e enfrentarem inimigos mais desafiantes. O jogo tem 3 modos de dificuldade (começam apenas com uma e têm de derrotar o boss final do jogo para desbloquearem a próxima) e cada dungeon tem níveis de dificuldade únicos consoante o nível da vossa personagem. O loot que encontram varia entre armas de corpo-a-corpo e de alcance, armaduras e artefactos. Há uma variedade de equipamento saudável para ajustarem ao vosso estilo de jogo, seja longo alcance com o arco e flecha em combinação com um martelo ou bastão grandes, ou se preferirem algo mais rápido, podem levar adagas ou uma espada complementados com uma besta. As armaduras têm efeitos especiais e cabe-vos a vós encontrar as melhores sinergias entre o equipamento. Em adição a isto, as armaduras e armas têm encantamentos desbloqueáveis com pontos que ganham cada vez que sobem de nível. Dependendo da raridade e nível de uma arma, podem ter entre 1 a 3 encantamentos em simultâneo e, se desfizerem o equipamento, recebem os pontos gastos para poderem usar numa outra arma ou armadura. Os artefactos não possuem encantamentos e as suas utilidades variam muito mais: certos artefactos servem puramente para dar dano aos inimigos, outros atribuem buffs à vossa personagem, ou podem servir para dar heal à equipa. Tentar criar sinergia entre os equipamentos, encantamentos e artefactos para conseguirem destruir dezenas de inimigos em segundos é das partes mais satisfatórias do jogo. Todavia, a minha diversão com o Minecraft Dungeons esgotava-se 1ª ou 2ª hora do jogo.

Um sentimento que me perseguia durante todo o jogo era que as dungeons eram demasiado longas. Eu divertia-me numa dungeon pelos primeiros 10 ou 20 minutos a explorar e combater, mas a certo ponto já estava farto de correr pelos cantos e queria apenas voltar para o meu hub, organizar as coisas que encontrei e usar as esmeraldas que ganhei para comprar novo equipamento. Ao progredirem no jogo vão desbloquear villagers para o vosso hub, sendo um deles o blacksmith, que melhora um equipamento à vossa escolha, mas só podem reclamar o equipamento melhorado depois de completarem três zonas. O problema disto é que passadas as três zonas, o equipamento volta a ser irrelevante comparado ao que foram apanhando nessas zonas. Adiciono que, embora as zonas entre si sejam diferentes e variadas em aspecto como mencionei acima, há um pequeno número delas (por volta de 10, sendo que alguma delas têm zonas extra secretas). Sinto que se tivessem optado por zonas mais variadas e menos longas o jogo seria muito mais agradável e menos monótono. O próprio combate não fez o suficiente para evitar que me sentisse saturado do jogo, o seu ponto mais forte vem da variedade de equipamento, não das mecânicas ou design do gameplay. Seria justificável eu sentir-me saturado depois de algumas dezenas de horas no jogo, mas a verdade é que mal acabei o boss final e desbloqueei a próxima dificuldade, não me estava a divertir. Suponho que o facto de eu, apesar de gostar do Minecraft, nunca fui o maior fã da série. É então possível que outros fãs “mais a sério”, principalmente os mais novos que parecem ser o público alvo do jogo, se se possam agarrar mais a ele.

Minecraft Dungeons traz o charme da série para um pequeno dungeon crawler que consegue ser divertido em curtos espaços de tempo. Infelizmente, as dungeons longas e repetitivas quebram esse ritmo e rapidamente tornam o jogo fatigante. Os fãs da série poderão encontrar aqui uma forma diferente de apreciar Minecraft, mas duvido que os entusiastas de dungeon crawlers tenham grande razão para visitar este mundo. Atribuo uma nova de 5.5 em 10 ao jogo. Este está disponível no Xbox Game Pass e diria que é a melhor forma de o experimentar.

Minecraft Dungeons no OpenCritic


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