Análise – Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate (PS5)

Originalmente lançado em 2023 no serviço Apple Arcade para uma receção crítica mista, Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é um beat ’em up Roguelike desenvolvido e distribuído pela Super Evil Megacorp. O jogo eventualmente perdeu a exclusividade deste serviço da Apple, chegando a outras plataformas, culminando agora no seu lançamento na família de consolas da Sony.

Este jogo começa com o rapto de Splinter às mãos de Shredder, um acontecimento que é acompanhado pelo aparecimento de diversos portais dimensionais desconhecidos pela cidade, tendo as tartarugas de não só combater o Clã Foot para salvar o seu pai, mas também de averiguar e desvendar o mistério por detrás dos portais que cobrem Nova Iorque.

Apesar de simples não desgostei da narrativa, que enquadra bem os acontecimentos de forma a não se sentir muito a repetição de fazer as mesmas lutas várias vezes para desbloquear o verdadeiro final, brilhando o jogo no que diz respeito às interações das diferentes personagens, que são um mimo para qualquer fã.

Visualmente o jogo é apelativo, usando uma estética semelhante a alguns designs de bandas desenhadas relativamente recentes das tartarugas e acima de tudo, dada a sua natureza em máquinas inferiores corre na perfeição na PS5, nunca destoando dos 60fps por muito que aconteça no ecrã, sinceramente a minha única desilusão no quesito visual é mesmo não haver uma opção de 120fps, sinto que o jogo conseguiria manter esse alvo bastante bem.

Ao que à jogabilidade diz respeito, este jogo é basicamente um clone de Hades, mas protagonizado pelas tartarugas, digo isto como um elogio, pois é um Roguelike de imensa qualidade que apesar de estar uns furos abaixo da sua maior inspiração não lhe deixa nada a dever no que toca à jogabilidade e diversão proporcionada.

Enquanto em Hades nos são oferecidas diversas armas no início de cada tentativa, aqui o que acontece é que podemos escolher entre cada uma das tartarugas e, proveniente do DLC disponível no lançamento para a PS5, Casey Jones, cada uma destas personagens possuindo uma arma única, bem como passivas diferentes que diversificam imenso a forma como o jogamos.
Já as benesses recebidas no fim de cada encontro aqui tomam a forma de Turtle Powers, que podem variar entre 6 elementos diferentes: Flame, Water, Ooze, Ninja, Ultrom e Mastery, tendo o jogador de escolher o que melhor se encaixa no seu estilo e por vezes misturar vários de cada para encontrar sucesso neste jogo.

Além disso há também imensas melhorias permanentes ao nosso dispor para facilitar tentativas seguintes e fiquei impressionado com a quantidade de opções que existem neste menu, podemos aprimorar desde da típica quantidade de esquivas e revives ou então optar por aumentar o dano ou a chance de fazer ataques críticos.

Tudo isto resulta num dos Roguelikes mais viciantes e rejogáveis que jogo em algum tempo, mesmo não havendo uma variedade de inimigos por aí além e por vezes se notar umas arestas por limar no combate tudo isso acaba por ser irrelevante dado o quão divertido o jogo é na sua essência, em especial os combates com bosses, e tal como em Hades, ao passar o jogo pela primeira vez desbloqueamos modificadores de dificuldade que aumentam o desafio do jogo para recebermos mais recompensas, bem como encontros ainda mais difíceis com cada boss para se dominar, parte de mim mesmo já tendo feito tudo o que há por fazer no jogo se está a coçar para jogar mais umas horas enquanto escrevo sobre ele.
O jogo possui também uma vertente de multiplayer, podendo ser desfrutado de forma local, como também online com a possibilidade de crossplay, algo que me surpreendeu imenso, infelizmente não encontrei muitas partidas, mas as que encontrei foram sólidas.

Ainda assim devo notar que apanhei alguns bugs, alguns inofensivos como um inimigo ficar preso numa parede ou um objeto no cenário que não partia, mas há um que afeta parte da jogabilidade, que é na luta final do jogo há momentos em que as texturas de aviso dos ataques e projeteis inimigos começam a aparecer e desaparecer do ecrã tão rápido que é difícil de perceber onde vão cair os ataques seguintes.

Em suma, Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é um mimo para os fãs da propriedade da série e não só, recomendo qualquer fã de Hades e outros Roguelikes semelhantes a dar uma chance a este jogo, pois pode não ser uma experiência tão boa ou polida, mas tem tanto amor e carinho que me deu um gosto tremendo não só jogá-lo como escrever esta análise, pelo que lhe dou uma nota de 8.5/10.

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