Análise – Viewfinder

Desenvolvido pela Sad Owl Studios e publicado pela Thunderful Publishing, chega-nos “Viewfinder”, um jogo de puzzles na primeira pessoa que se foca em quebra-cabeças onde podemos não só alterar o cenário à nossa volta, sobrepondo-o com diversas fotografias que abrem novos caminhos ou visualizando certos aspetos do cenário com uma perspetiva distinta.

Narrativamente não há grande coisa que possa dizer sem revelar praticamente tudo, mas diria que no geral é competente no que faz, especialmente num género em que a narrativa nem sempre é o foco, estando aqui mais presente numa função de nos enviar para os diversos locais e pelo meio dos cenários podemos encontrar vários registos áudio e de texto que revelam detalhes adicionais em relação ao mundo em que o jogo se passa e gostei da presença de Cait, um pequeno gato que guia o jogador pelo mundo e nos dá a conhecer o que se passou e quem eram as pessoas nas gravações que encontramos.

No que aos visuais diz respeito, o jogo envia o jogador numa fantástica aventura visual por diversos locais, desde desenhos a cenários 8-bit, são imensas as coisas com que podemos interagir e alterar a realidade em nosso redor, havendo imensos destes objetos com os quais o jogador pode interagir.

A banda sonora, embora não seja um dos focos é satisfatória e complementa bem os cenários, em especial os mais psicadélicos.

A jogabilidade, que era a parte que estava mais entusiasmado, é bastante boa e adorei os diversos puzzles que o jogo nos coloca, oferecendo-nos diversas habilidades, nomeadamente “rewind” que permite-nos retroceder quaisquer ações que tenhamos feito no nível, assim como a mecânica principal de sobrepor fotos ao cenário, criando novos caminhos de forma a proceder, e sem entrar em “spoilers” o jogo vai-nos concedendo uma quantidade crescente de novas habilidades interessantes e bastante divertidas, porém senti que algumas delas foram algo mal explicadas, acabando por tornar alguns dos puzzles em torno delas confusos, não havendo propriamente quebra-cabeças muito complexos nesta aventura, apenas vagos no seu objetivo.

Além disso o jogo apresenta-nos 5 mundos distintos com vários níveis e mecânicas cada um, mas senti que muitos dos momentos mais impressionantes e cativantes da aventura acontecem na parte inicial, começando com usos excecionais de perspetivas e zonas visualmente distintas, mas na parte final muitos destes aspetos tomam um segundo plano e torna-se um jogo de puzzles mais vulgar, o que não é mau mas desilude um pouco por não explorar mais esta vertente surrealista que parecia ser o grande foco e na realidade acaba por ser apenas um elemento no meio de muitos.

À semelhança de outros jogos, “Viewfinder” utiliza o Dualsense, em especial os gatilhos adaptativos para tirar fotografias e embora seja algo subtil gostei desta implementação, havendo também uso do “Haptic Feedback” em certos momentos do jogo.

Em suma, “Viewfinder” é um jogo de puzzles bastante bom, utilizando perspetivas e um estilo visual único de forma impressionante, mas acaba por ficar algo aquém do seu potencial, conferindo-lhe a nota de 7.5/10.

Viewfinder no OpenCritic

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