Análise: “Earthfall”

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Earthfall é um co-op shooter desenvolvido pela Holospark, disponível agora na Steam, PlayStation 4 e Xbox One.

Para esta review joguei a versão do jogo da Steam, agradeço à Holospark por me ter fornecido uma chave para análise.


Visualmente, Earthfall toma uma direcção realista, contudo, sendo um indie game não irão encontrar gráficos ao nível dos jogos AAA a que estamos habituados em 2018. À excepção de alguns bugs de iluminação e pequenas texturas mais pobres, Earthfall não é mau ao olhar. Os inimigos estão bem desenhados e o seu design é coerente entre todas as espécies diferentes, transmitindo exactamente o grau de perigo que causam aos jogadores. Não posso dizer o mesmo do desenho dos protagonistas, não só são demasiado genéricos como são desproporcionais, intencionalmente ou não, torna-se desconfortável olhar muito tempo para eles, e o facto das expressões faciais não alterarem não ajuda.
Em relação à interface, podia ser mais clara, em várias situações não me apercebi que estava a sofrer dano, é igualmente difícil aperceber-me de quando estou a ser curado por aliados. Em geral não posso dizer que o HUD é “bonito”, mas à parte dos problemas que apontei, funciona. Existe a opção de mudar o visual das armas e roupas dos protagonistas, mas de momento não há quase nada disponível.

Joguei o jogo num PC com um Ryzen 1300X e uma GTX 1060 6GB, com max settings (à excepção das sombras em medium) a 1080p o jogo corria constantemente a 60 fps, não há problemas de optimização.

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No que toca à narrativa, não há muito a dizer, a presença de diálogo é mínima, limitando os personagens apenas a discutir o próximo objectivo, com uma escrita bastante má devo adicionar. A maioria do lore encontra-se presente no menu principal como vários textos a descrever armas, os inimigos e algumas histórias. Adiciona pouco ao jogo, e não é que seja necessário, pois o foco principal é o gameplay.

O mau diálogo dos personagens não se deve só à escrita, o voice acting no jogo é igualmente fraco. Os voice actors limitam-se a cuspir one-liners e piadas com pouca ou nenhuma emoção, tirando a credibilidade toda dos personagens e do perigo que os rodeia. Em certas alturas o diálogo nem aparecia, apesar das legendas estarem presentes. E este mau uso do som encontra-se em várias alturas. As armas não só soam como brinquedos, como aparentam todas usar o mesmo efeito sonoro, ligeiramente editado entre cada uma. Os aspectos que posso elogiar em relação ao som são o uso de “grunhidos” ou gritos de aliens para sinalizar os jogadores da chegada de uma horda. A música também é decente.

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Por fim, a jogabilidade. Como já disse, Earthfall é um co-op shooter entre 4 jogadores. Podem tanto jogar com 3 amigos, 3 companheiros aleatórios ou jogar a solo. Tendo jogado das duas últimas maneiras posso dizer que jogar sozinho piora bastante a experiência, o AI aliado é atroz e funciona mais como um obstáculo ao jogador que como aliado, está constantemente a atravessar-se no caminho e acaba por levar dano de balas que tinham os inimigos como destino. Isto, aliado ao facto de morrer muito facilmente  e não ajudar quando estou inconsciente no chão, magoa a experiência do jogo e torna-se frustrante.

O combate é simples, é o que se pode esperar de um first person shooter genérico, gostava que as armas tivessem um pouco de mais “peso”, independentemente da arma que se usa as armas transmitem a mesma sensação, uma diferença maior entre cada arma certamente ajudava a tornar o gameplay mais variado e divertido.

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Existe apenas um modo de jogo, e 2 histórias com 5 capítulos cada, ou seja, existem 10 stages ao todo. Cada stage leva entre 15 a 30 minutos para completar, pela minha experiência. É aqui que reside o maior problema do jogo. Depois de pouco mais de 2 horas de jogo, sinto que já vi tudo o que o Earthfall tem para dar. As stages sabem todas ao mesmo, apenas muda o visual. Em todas elas os objectivos, armas e inimigos são iguais. Os jogadores têm de se deslocar de um ponto A para um ponto B, activar algo ou pegar num objecto e voltar ao ponto A enquanto uma horda de inimigos os ataca. Um exemplo disso é numa stage onde o objectivo é encontrar um carro que funcione, o jogo apenas marca pontos de destino na interface para encontrar um carro, combustível, e uma bateria, as mudanças entre si são a localização dos objectos, pois independentemente do objectivo, o que se tem de fazer é chegar ao destino, premir o botão de acção e combater uma horda. A stage seguinte é o mesmo, mas em vez de combustível, carros e baterias, temos de interagir com os servidores de uma base de dados. O level design em si nem é mau, as zonas são pequenas mas bem usadas, há sempre um “centro” para os jogadores se barricarem e defenderem dos inimigos e à excepção de certos corredores ou cantos demasiados pequenos,  não é intrusivo. Existem boas ideias no jogo, por exemplo, podem montar barricadas e machine guns numa zona para melhor se protegerem dos aliens. Mas o facto de não haver diferenças significativas no gameplay entre stages magoa imenso a diversidade e longevidade do jogo.


Earthfall é, na sua base, mais um shooter genérico. Qualquer jogador se divertirá a jogar este jogo com amigos, ou sozinho, durante um par de horas. Infelizmente a falta de conteúdo e alguns aspectos menos trabalhados magoam imenso a experiência e o tempo de jogo. Tem potencial para melhorar com umas actualizações, melhoramentos e mais conteúdo.  Contudo, na sua fase de lançamento, atribuo uma nota de 5 em 10 a Earthfall. Apenas aconselho a compra do jogo num saldo, a quem gosta imenso do género.

 

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