Após um 2017 lendário para a indústria, com jogos como o Breath of the Wild, Horizon Zero Dawn, Sonic Mania, Super Mario Odyssey, Divinity: Original Sin e imensos mais a construir o que se tornou um dos melhores de sempre em jogos, 2018 aparentava ser um ano mais leve em lançamentos, e muito menos concorrido. A verdade é que 2018 pode não ter chegado ao nível do ano anterior, mas deixou-nos com várias pérolas que iremos relembrar e rejogar durante os próximos anos, com um sorriso na cara.
A equipa do Fun Factor quis partilhar convosco o que, na sua opinião, foram os melhores jogos de 2018:
Dead Cells
Gonçalo Nolasco: Não tinha grandes expectativas de Dead Cells porque todo o processo até ao lançamento passou-me ao lado em antecipação a outros jogos. Porém, os visuais fantásticos, a banda sonora e muito possívelmente o meu gameplay favorito de 2018, com um ritmo rapidíssimo cheio de combos a animações incrivelmente bem detalhadas tornaram o Dead Cells num dos meus jogos favoritos do ano passado.

Marvel’s Spider-Man
Miguel Teixeira: Era dos meus jogos mais esperados para 2018, visto que sou um grande fã do Aranhiço e da Insomniac Games. E o Marvel’s Spider-Man mostrou-se capaz de alcançar todas as minhas expectativas (podem ler a minha análise aqui), não só nos oferece a melhor jogabilidade no fato (ou fatos, neste caso) de Parker até hoje com uns visuais tremendos, como também conta uma narrativa sólida e emocionante sobre o personagem.
The Banner Saga III
César Rodrigues: Apesar de Banner Saga III não conseguir aprimorar os defeitos que marcaram os seus antecessores (combate, voice acting e narrativa), nenhum dos seus elementos é menos que bom. Seja pelo cativante mundo inspirado em lendas escandinavas envolvido em onerosas e lúgubres jornadas, que aborda temas como classismo, racismo, discriminação, ou pelo sólido combate strategy turn-based que, apesar da sua simplicidade mostra complexidade na execução, é difícil não apreciar esta trilogia e a forma como se desenvolve e conclui. Banner Saga III não aparece nesta lista como um jogo isolado, mas como uma trilogia completa.

Red Dead Redemption II
Miguel Teixeira: Só pude meter as minhas mãos no RDR2 no Natal, e joguei-o quase diariamente até ao capítulo final. Red Dead Redemption 2 é mais uma prova que a Rockstar tem mãos de ouro, tendo criado não só a sua melhor narrativa até à data, como um dos melhores mundos abertos de sempre e um grupo de personagens memoráveis. God of War já era difícil de bater como o meu jogo do ano, mas por uma minúscula diferença, RDR2 consegue ultrapassá-lo e irá certamente servir de cabeçalho para muitas listas de melhores jogos desta geração.
Gonçalo Nolasco: Foram quase dez anos de espera, mas valeram a pena (foi este jogo que me levou a comprar a PS4). Com RDR2 a Rockstar afasta-se do registo paródico dos GTAs, semi presente em RDR, criando uma das melhores histórias desta geração. Apesar de haver fraquezas na jogabilidade, a narrativa eleva o jogo a um novo padrão sendo para mim o melhor jogo de 2018.

Subnautica
Gonçalo Nolasco: Confesso que não sou o maior fã de survival, não entrei na onda recente de títulos do género que permearam a Steam. Porém, com o Subnautica, foi amor à primeira vista. Não se limita à sobrevivência, oferecendo uma narrativa que promove uma finalidade. A combinação da natureza, a estética, o worldbuilding, o sci-fi, tornaram este jogo um dos essenciais de 2018.

Super Smash Bros. Ultimate
Miguel Teixeira: Não há muito que possa dizer sobre o maior crossover de videojogos na indústria que não tenha já sido dito. Smash Ultimate é imensamente divertido, caótico e frustrante. É um jogo indicado tanto para fãs casuais da Nintendo como os jogadores mais competitivos, e quando derem por isso, terão uma centena de horas depositadas no jogo e com vontade de depositar mais outra.
God of War
Miguel Teixeira: Eu fazia parte daquele grupo de jogadores que estava saturado com o estilo hack n’ slash antigo de God of War. A trilogia deu tudo o que tinha a dar, e o Ascension foi um entrada a mais e desnecessária na série. O jogo de 2018 foi exactamente o passo que a Santa Monica devia dar para reviver o espartano mais zangado de sempre. A nova face de Kratos, a vulnerabilidade de ter um filho e o tom muito mais maturo deste novo jogo tornam o antigo deus da guerra uma personagem muito mais complexa, interessante e apreciável, tornando a narrativa bem mais pessoal e memorável. Junta-se isto ao espectacular novo sistema de combate e temos o vencedor (e bem merecido) do prémio Game of the Year nos The Game Awards. Espero apenas que a sequela se mostre ainda mais épica.
Gonçalo Nolasco: À partida estava muito céptico em relação a este jogo. Via-o como uma derivação da trilogia original com um grande foco na história (que para mim nunca foi a finalidade de God of War). Porém, após ter jogado, não posso deixar de concordar que este é um dos melhores jogos desta geração. Kratos tem finalmente uma personalidade e o combate (especialmente o machado) é um dos mais satisfatórios que tive o prazer de jogar num jogo de acção.
César Rodrigues: Inicialmente, o anúncio deste “reboot” ou “reimagine” – e até os primeiros leaks – causaram-me desconforto. Achava ridículo continuarem a jornada de Kratos, quando esta já estava mais que estagnada. Porém, o primeiro trailer, mostrou que era possível construir uma personagem autêntica em Kratos numa narrativa séria e matura, e, quando o jogo finalmente chegou, a par de uma jornada épica e pessoal estava um combate visceral mais próximo do género ARPG que alterava o cerne da jogabilidade que definiu o God de War. O jogo revelou-se como tremendo na maior parte dos seus elementos.
Quais foram os vossos jogos favoritos em 2018?