Análise: “Guacamelee!”

Desenvolvido pela DrinkBox Studios e lançado a 9 de abril de 2013 para PlayStation 3 e PlayStation Vita, Guacamelee! é um metroidvania inspirado na cultura e folclore mexicano. Esta análise foi feita com a “Super Turbo Championship Edition” no PC como base. Podem comprar esta versão do jogo actualmente na PSN, loja Xbox e Steam por 13,99€.

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Guacamelee! conta-nos a história de Juan Aguacate, um agricultor simplório que vive numa pequena vila do México, onde no início do jogo, está a caminho de visitar a sua amiga de infância, a filha do El Presidente, quando um vil esqueleto “charro” chamado Carlos Calaca e os seus cúmplices atacam a vila e raptam-na, matando Juan no processo. Juan, morto após tentar parar Carlos, vai parar ao reino dos mortos, aí ele encontra uma luchadora chamada “Tostada”, que lhe oferece uma máscara sobrenatural que torna o próprio Juan num luchador com várias habilidades.

A narrativa de Guacamelee! é simples do início ao fim com um tom humorístico nos diálogos, cheio de piadas, referências a outros jogos e escassos pequenos momentos mais dramáticos. O jogo deixa a narrativa para segundo plano apenas como forma de ajustar o ritmo do jogo, dando apenas algumas explicações aos eventos no mundo e ás origens dos vilões.

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Com um mundo vibrante e colorido, Guacamelee! não é um um marco na história no que toca a visuais, mas é certamente agradável aos olhos. Sendo simples e limpo, o jogo é claro em manter o fundo onde pertence e destacar o jogador, plataformas e adversários. Usando não só as cores para apelar esteticamente, mas implementando-as na jogabilidade (o qual escrevo mais em baixo no artigo). Guacamelee! implementa a cultura mexicana não só no design do protagonista – inspirado nos luchadores – como também nos inimigos, sendo estes esqueletos vestidos, influência certa do festival mexicano do Dia dos Mortos, onde o povo mexicano decora os esqueletos com trajes festivos para relembrar os falecidos como almas alegres, em vez de representar a tristeza da perda. Os designs dos inimigos são uma parte fundamental do gameplay, claro, usando as cores para distinguir os poderes de cada inimigo e o perigo que representam.

Embora Guacamelee! se possa gabar dos designs, o que toma a ribalta é na verdade o background dos níveis e do mundo. Todo ele está repleto de deliciosas referências e homenagens a outros jogos, desde Super Mario a Metal Gear Solid, encontrei várias alusões (por vezes subtis, por outras, óbvias) com um tom humorístico que me despertavam sempre um sorriso na cara. Foi um pequeno aspecto que acabou por melhorar a experiência num todo.

Quanto à banda sonora, encaixa-se perfeitamente no tom e atmosfera do jogo. Tal como já disse anteriormente, é baseado na cultura e instrumentos mexicanos, daí o forte uso de maracas, guitarróns, mandolinas, etc. Devido a cada zona ter duas variações, a música também tem, o jogo acaba por apresentar uma quantidade saudável de músicas do iníc.io ao fim.

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Por fim, o ponto fulcral deste metroidvania: o gameplay. Ao contrário de Metroid ou Hollow Knight, a exploração não é tão importante em Guacamelee!. As zonas são curtas e pouco ramificadas. Devem explorar todos os cantos à mesma, visto que há baús com itens que vos aumentam a vida, stamina ou poder máximos. Mas não perderão muito tempo nisso, passando maior parte do jogo a combater. E o combate é sem dúvida o foco de Guacamelee!, é possível criar vários combos misturando ataques normais, grabs e as habilidades que Juan vai ganhando ao longo do jogo através das “Choozo Statues” (uma óbvia ligação às Chozo Statues de Metroid), essas habilidades são fundamentais para progredir no jogo e cada uma é representada por uma cor diferente (daí ter-me referido ao uso de cores em cima), estas habilidades podem destruir blocos ou escudos da mesma cor para além de provocar mais dano aos inimigos, ao custo de um ponto de stamina.

Mais tarde desbloqueiam o modo “Intenso“, que muda o aspecto do protagonista e aumenta o dano deferido. Ao derrotar os inimigos recebem moedas cujo uso é fortalecer os grabs, vida, stamina ou o modo “Intenso” de Juan. Devo referir que o combate é muito parecido ao combate de Super Smash Bros. (talvez propositadamente). Espancar os inimigos e criar longos combos acaba por ser super satisfatório e gratificante. As fases de plataformas e puzzles são também desafiantes e bem desenhadas, destaco o uso da transversão entre o mundo real e o mundo dos mortos – visto que as zonas mudam ligeiramente entre si, o jogador tem de usar isso a seu favor – como um obstáculo bem formulado e com potencial. Infelizmente, a falta de exploração e profundidade no level design limita a longevidade e variedade do jogo, sendo um pouco linear demais, fica aquém de outros metroidvanias nessa área.

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Guacamelee! acaba por ser um metroidvania divertido e cheio de alma. A arte, o combate e o humor são todos pontos muito fortes a seu favor e proporcionará 5 horas bem passadas a quem o decidir jogar. Caso o level design fosse um pouco mais trabalhado ter-lhe-ia dado uma maior pontuação, mas com base em tudo isto decido conceder uma classificação de 7 em 10 ao jogo.

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